A bem da verdade, quando começou esta fase de “Fique em casa”, muitos de nós já antevíamos que não seria fácil para ninguém.
Assim, começaram as especulações, o comércio fechando, trabalhadores em casa, portas das empresas cerradas… Enfim, tudo aquilo que já passamos e conhecemos bem, não porque falaram, mas porque sentimos na carne, vivenciamos cada segundo desta etapa de vida.
Mas, com a proximidade de datas como a do próximo domingo – o Dia das mães – que para o comércio sempre foi considerado um segundo natal em vendas, realmente tudo ficou mais nebuloso.
Tudo acontece com efeito dominó: o cidadão comum, ou seja, o trabalhador, não trabalha porque a sua empresa ou está de quarentena ou já fechou suas atividades, se não trabalha o dinheiro não chega, sendo assim não tem como ele fazer compras, às vezes dos gêneros de primeira necessidade, quanto mais pensar em presentes?
Evidentemente que não se está questionando aqui o quanto uma mãe – todas as mães – merece ser lembrada, presenteada, paparicada e festejada! E uma das maneiras de demonstrar este afeto sempre foi dando um presente! Mesmo que romanticamente a mãe não espere um mimo e se convencione que um abraço e um beijo seriam sempre tão bem vindos tanto quanto um pacote enfeitado com laçarotes e brilho. Mas, quem pode dar, agora, este presente que foi outrora tão cantado em verso e prosa? Um beijo e um abraço estão neste ano um presente tão fora de cogitação quanto um pacotão com o presente mais inusitado deste mundo.
Até nisso a pandemia mudou o mundo! Não só ceifou vidas, mas acabou também com o aconchego, com o carinho, com a demonstração de amor.
E quem se recente de tudo isso?
Todos nós! Não haverá o almoço do domingo, não chegarão presentes, não existirão beijos e abraços, as risadas e a alegria em família ficarão para depois e o comércio vai vender pouco, ou quase nada!
Ah! Mas, existe a comunicação virtual! Os membros das famílias podem fazer uma “live” e desejarem “feliz dia das mães” uns aos outros através do vídeo, ou de fotos, ou mensagens!
Convenhamos! Se estivéssemos em uma guerra saberíamos onde ela se encontraria e pontualmente a evitaríamos. Um inimigo, mortal, invisível, sem saber onde se esconde, é simplesmente um teste de sobrevivência apenas para os mais esperançosos.