Brasil na UTI

Editorial
Guaíra, 21 de março de 2021 - 11h10

Muito antes dessa  fatídica  pandemia  assolar  o nosso país, já vivíamos o caos no setor da saúde.

Quando se noticiava que havia pessoas morrendo nas portas dos hospitais ou se mostravam os corredores das casas de saúde lotados de pessoas sendo atendidos em macas ou no chão, era uma aflição passageira, não havia muito interesse da mídia em mostrar esta situação e mesmo nós não dávamos grandes importâncias, porque o assunto parecia estar muito longe de nós.

Agora, a situação é outra: os hospitais são os nossos, os doentes também.

Tivemos um ano inteiro para nos preparar para a chegada dessa pandemia que já se avizinhava nos países como Itália, China, Espanha, mas mesmo assim  negligenciamos as notícias que vinham de lá, numa expectativa simplória de que no Brasil este vírus não se instalaria, afinal, moramos em um país tropical e o calorão acabaria com qualquer possibilidade de proliferação da doença.

Nossas autoridades erraram e erraram feio!

Este inimigo é avassalador! Não é uma pequena “gripezinha” e por conta desta infeliz declaração, tudo o que veio do nosso presidente não foi levado a sério, como, por exemplo, o tratamento precoce, que até hoje não vingou porque não tem base científica.

Assim, vamos perdendo amigos, parentes, conhecidos, pessoas que são caras para outras pessoas!

O jogo se mostra mais político e cruel, porque as autoridades não estão sintonizadas no hoje e no agora. Estão todos com os olhos voltados para 2022.

Vimos que o governo federal  mandou recursos para as cidades, mas nenhuma delas  se preparou para a chegada da foice das vidas. 

No que diz respeito por aqui,  a prefeitura anunciou na sexta que a Santa Casa se programa para implantar 10 leitos de UTI. Quanto às  vacinas, chegam em doses homeopáticas. 

Assim, era previsível que o caos chegasse nas proporções que chegou: não há leitos disponíveis,  os médicos estão exaustos, não  há respiradores suficientes.

Mas, como não somos portadores do  pessimismo nem das notícias funestas, acreditamos que muito em breve a máscara, o álcool em gel, o distanciamento e a penúria serão somente fatos e fotos amareladas que deverão ser lembradas nas retrospectivas de fim de ano. 


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