Tudo neste país é incerto: o uso ou não da cloroquina, a perda do ano letivo, a abertura o comércio, a eficácia do distanciamento social, ou seja, ninguém é capaz de assegurar absolutamente nada para o nosso futuro, muito menos a realização das eleições para o mês de Outubro.
Com relação às eleições, o calendário original previa a votação em 4 de outubro, mas a pandemia põe o cronograma em risco.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que o Congresso Nacional estaria estudando adiar o primeiro turno das eleições municipais deste ano para 15 de novembro ou 6 de dezembro – as duas datas caem em um domingo.A ideia é permitir que as eleições ocorram com segurança, sem riscos relacionados à pandemia do novo coronavírus, mas evitar também que os atuais mandatos de prefeitos e vereadores sejam prorrogados.
Esta pandemia – que parou o mundo – já adiou tantos acontecimentos importantes como os exames do ENEM, e mais por aqui, pertinho de nós, já foram tirados do calendário deste ano as festividades do aniversário da cidade, festa do peão e uns cem números de aniversários individuais que tiveram o bolo e as velinhas apagadas, entre quatro paredes, apenas com um número reduzidíssimo de alguns poucos familiares para cantar o tradicional “parabéns a você”.
Assim, se o ministro Barroso, que tomou posse do STE ontem, entender que as eleições devem seguir o rumo pré-estabelecido, em nossa cidade a campanha eleitoral deverá ser revista.
Estamos acostumados com o corpo a corpo – lembram quando os candidatos, na última eleição, saiam a pé, em visita às casas e faziam um mini discurso, colocando “in loco” a sua plataforma de governo que vinha decoradinha na fala diante de seus eleitores?
Esta prática ainda é muito comum em cidades do porte pequeno como a nossa. O eleitor gosta de ver o seu candidato, sentir a sua presença e sua sinceridade, ouvir as suas propostas, até questioná-lo e ainda reivindicar pequenos serviços que nunca foram feitos na sua comunidade.
O coronavírus também acabou com esta prática. Mesmo que se abra o comércio e as portas dos bares e restaurantes funcionem, e que tudo vá retornando pouco a pouco à normalidade, ainda assim fica a desconfiança do contágio, enquanto não houver a realidade de uma vacina.
A sorte dos candidatos ainda é a rede social, os jornais, as rádios, que dão uma segurança de se fazer uma campanha política sem a presença física, mas eficaz já que a eleição tem que acontecer se as autoridades constituídas para este assunto assim entenderem.
Se tudo se modificou, os aniversários, as festas, as comemorações, o ano letivo, por que também não reinventar outra forma de abordagem ao eleitor, sem o contato físico?
A tecnologia que entreteve tantas pessoas durante o isolamento social deve também ser lançada como ferramenta fundamental para as próximas eleições. Por que, não?