Em um dos últimos assuntos editados neste espaço com o título “Não foi por falta de aviso”, abordamos – alarmados – a subida vertiginosa dos casos de contágios pelo coronavírus, dentro da nossa sociedade.
Naquele mesmo editorial, perguntávamos: “E que acontece com o guairense?”
Passadas quase duas semanas, ainda estamos estarrecidos diante da incredulidade dos nossos conterrâneos diante da pandemia. Não tomaram jeito! Não tomaram tino! Não criaram juízo!
Foi preciso que nosso prefeito, Zé Eduardo, tomasse uma atitude mais dura, mais incisiva, fechando os lugares de possíveis aglomerações, usando a força da Lei, para que os finais de semana não se tornassem um poço de discriminação do vírus.
Taí, nosso prefeito fazendo valer a sua autoridade para salvar vidas dos munícipes quando deveria vir da própria população a iniciativa de parar com as reuniões desnecessárias, com os jogos nas quadras municipais, com as festinhas nos ranchos e afins, parar de frequentar o Parque Maracá como se fosse férias, rezar ou orar (como queiram) em casa… A oração tem valor pela Fé e não pelo local onde ela é proferida!
Nunca pensamos que o guairense fosse tão desobediente! Desinformado ele não é! Os almoços nas casas dos pais e avós continuam, ou continuavam, até domingo passado, quem sabe se agora, com medidas mais duras, as pessoas se conscientizem que a presença faz bem sim aos mais velhos, mas o distanciamento provisório é ainda a forma mais eficaz de quantificar esse amor familiar.
Tivemos, infelizmente, dois óbitos, por conta desse vírus. Nos solidarizamos com as famílias neste momento de dor e dificuldade, sem despedidas, sem o último adeus. Temos ainda cidadãos lutando pela vida, entubados, sedados (já tomaram consciência do quão doloroso é portar um tubo até os pulmões?)… A realidade é difícil, mas como dizemos sempre, é passageira!
Se aguentamos até agora, este é o momento de reunir forças para seguir um pouco mais adiante, porque, segundo as perspectivas, agora que a pandemia chegou ao interior. Até pouco tempo, os números alarmantes e as mortes se reportavam aos desconhecidos, longe do nosso convício, fazendo crer que não era real. Agora está bem aqui, no nosso quintal, nos nossos calcanhares.
Nos mantermos saudáveis é uma questão de amor a si e ao próximo, não é luxo, pelo contrário, é nossa obrigação salvaguardar o sopro da vida dado por Deus.