Mandato tampão?

Editorial
Guaíra, 31 de março de 2020 - 07h31

Realmente, esta pandemia está mexendo com a vida dos brasileiros. Está inclusive possibilitando as primeiras discussões sobre um possível “mandato tampão” até 2022 para prefeitos e vereadores.

O ministro que  presidirá  o TSE,  no futuro – Luiz Roberto Barroso – já se manifestou e disse que cabe ao congresso debater este possível adiamento das eleições. No entanto, Rodrigo Maia já se posicionou e se diz veementemente contra qualquer adiamento. No entanto, o líder do governo no congresso – Eduardo Gomes – do MDB do Tocantins é a favor do adiamento. Segundo ele “adiar é concordar com a realidade”. Assim, as opiniões vão surgindo e cada parlamentar defende o ponto de vista que acha mais adequado para o país.

Quando se pensa que esta discussão poderia ficar em segundo plano e que a Saúde deveria ocupar os assuntos da tribuna, o Senador Elmano Férrer (PODEMOS) já recolhe assinaturas para a tramitação de uma PEC que prorroga os mandatos dos prefeitos e vereadores até 2022.

Se isso acontecer, este evento político coincidirá com a eleição de presidente, governadores, deputados. O grande problema é que o calendário eleitoral não para! Com os cartórios eleitorais fechados o registro de eleitores está suspenso e as convenções deveriam ir até a metade do ano e a própria campanha dos candidatos poderia ficar prejudicada.

Para os analistas políticos, o adiamento também evitaria um gasto bilionário.

A novidade surgiu com um pronunciamento do Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que defendeu o adiamento das eleições que evitaria uma politização do combate à doença no país e então sugeriu o tal mandato tampão.

Em Outubro, a população irá (ou iria) às urnas para eleger 5.578 prefeitos e 57.931 vereadores.

Acontece que em cidades pequenas como a nossa, a campanha eleitoral se dá com uma grande proximidade entre candidatos e a população (são abraços, apertos de mãos) exatamente numa época em que se projeta um pico da epidemia pelo vírus. Além disso, nos parece imoral utilizar o tal “fundo eleitoral” numa eleição quando a saúde necessita de todos os recursos para salvar vidas.


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