Não demorou e já chegou!

Editorial
Guaíra, 16 de agosto de 2020 - 08h14

“Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” Antoine de Saint-Exupery em O Pequeno Príncipe.

O vírus continua fazendo o seu papel: levando vidas!

Quando víamos o número de mortes pela Covid-19 crescer lá pelas capitais ou em outros Estados espalhados pelo Brasil, ficávamos estarrecidos e entristecidos, imaginando a dor dos familiares e imaginando  quando ele chegaria na nossa pequena Guaíra.

Chegou em nossa cidade já há alguns meses. Foi nos apavorando aos poucos. Muitos de nós já tivemos mais medo da morte. Hoje, com esta pandemia, temos o dever de saber conviver mais de perto com ela e, principalmente, saber como podemos evitá-la, na medida do possível.

Convenhamos, é uma guerra desigual: estamos lutando contra algo invisível, que não sabemos onde se encontra e, pior, como combatê-lo com mais eficiência. Mesmo os médicos lutam contra o desconhecido.  Remédios são ministrados sem ter a certeza se vão surtir o efeito desejado.

É um vírus tão desconhecido que ele se manifesta de formas diferentes em cada indivíduo. Alguns passam ilesos sobre ele, sem sintomas, outros sofrem grandes dificuldades, mas acabam se safando sem sequelas,  e em outros a vida se esvai da noite para o dia, como uma bolha de sabão.

Assim, quando mais um guairense é acometido pelo vírus e levado de volta para o Pai, o que sentimos é uma enorme tristeza. Concordamos com Mário Quintana quando ele dizia: “Morrer, que me importa? (…) O diabo é deixar de viver.” A vida é tão boa! Não quero ir embora…”

Dizem as escrituras sagradas: “Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. A inconformidade para com a morte é quando ela leva jovens, porque deixa a sensação de que não viveram tudo, que não viveram o suficiente! E o que dizer para uma mãe, que vê seus filhos serem levados assim, tão fortes, com sonhos, com futuros a serem cumpridos…

A imagem de “Pietà” esculpida por  Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços, parece atenuar as perdas dos filhos, porque nos braços daquela mãe,  o morrer deixa de causar medo, mas causa sim  uma grande tristeza.


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