Até há alguns anos, o terror da humanidade era a possibilidade de estourar a tão decantada e famigerada Terceira Guerra Mundial.
Tínhamos notícias dos estragos provocados pelas duas primeiras guerras: destruição, fome, pessoas inocentes morrendo sem assistência médica, fogo, desabastecimento dos alimentos essenciais à vida, separação das famílias, gêneros alimentícios (quando havia) o preço era elevadíssimo, sem falar na ausência dolorida que os mortos provocavam nas famílias esfaceladas.
Hoje, a guerra está nos nossos calcanhares, quer dizer, os efeitos são os mesmos, sem disparar um único tiro, sem bombas nucleares e nunca imaginávamos que a terceira guerra viria de um inimigo invisível, destruidor… Não há casamata, não há refúgio, trincheira… Tal qual um artefato bélico – poderoso – esta doença ataca, poucos são os abrigos seguros, porque ela acomete indistintamente a todos, sem aviso e sem alarde, sem sirene e sem toque de recolher.
A princípio pensávamos (e as notícias davam conta disso) de que havia um grupo de risco – os mais idosos – e que a doença devastou os “nonos e as nonas” da Itália, principalmente, mas hoje vemos, estarrecidos, que este inimigo está sofrendo mutações e não há armas eficazes para combatê-lo.
Os cientistas, pesquisadores, estudiosos, fazem o que está ao alcance e quando pensamos que já podemos abraçar os netos, os entes queridos, que as crianças já podem receber as instruções escolares, somos assaltados por informações que agora, com a nova cepa do vírus, os mais jovens estão morrendo, para desespero de todos.
Longe de nós sermos os portadores das más notícias, da disseminação do caos, do pânico, mas a nossa casa, as máscaras, o isolamento social e o álcool em gel, com as bênçãos de Deus, ainda são as nossas únicas barricadas nesta guerra desigual e perversa.