Todo ano é a mesma coisa!

Editorial
Guaíra, 4 de fevereiro de 2020 - 13h09

Nesta época do ano todos nós somos assolados pelas informações de que as chuvas fortes que caem no nosso país fazem vítimas, causam estragos, deixam desabrigados, pessoas acabam perdendo todos os pertences, empresas são invadidas pelo barro e um caos se estabelece de norte a sul do Brasil. Pior mesmo são as vidas que são ceifadas, porque bem material se reconstrói, mas a vida humana nunca mais!

Muitas vezes nem são necessárias imagens inéditas, as que foram feitas em  anos que já passaram servem direitinho para ilustrar estas tragédias.

Este ano, nosso estado vizinho, em Minas Gerais tem batido o recorde de destruição. Recentemente, confirmou-se a morte de 45 pessoas no estado, registradas entre sexta-feira (24) e domingo (26). Entre as vítimas estão crianças e bebês e 19 pessoas continuam desaparecidas. A maior parte das ocorrências está relacionada a risco geológico, como deslizamentos de terras e soterramentos.

As pessoas estão colocando a culpa na chuva!

Convenhamos! Qual a culpa que a chuva tem se as pessoas fazem suas casas nas encostas dos morros? Ou nas beiradas dos rios? E jogam todo tipo de entulhos nas bocas-de-lobo, entupindo-os?

A chuva é necessária para que a soja, o milho, o trigo germinem e alimentem o bicho-homem. Todos estes cereais não nascem em indústrias! Nascem na Terra e a terra precisa de água!

A chuva em si não causa destruição, quem causa destruição somos nós mesmos! Jogamos lixo pelas janelas dos carros, nos Parques, nas ruas, asfaltamos qualquer pedacinho de chão de modo que ele não pode mais absorver a água. Arrancamos as árvores que dão sustentação no solo e as garrafas pet, as grandes vilãs porque não se deterioram antes de 100 anos de descarte, são deixadas aleatoriamente por aí.

Aí – dizem – as pessoas correm o risco e constroem suas casas em áreas impróprias  porque não têm outra opção. Ocupam locais insalubres, perto córregos, onde se joga todo tipo de detritos, se transformando em esgoto a céu aberto. Um eterno risco à saúde de todos que ali residem.

Assim sendo, mais uma vez reiteramos que a lavoura necessita da chuva – nossa região é eminentemente agrícola – e a mão do homem, que pensa que controla tudo, não é soberana ante aos fenômenos da natureza.

Enfim, todos os anos é a mesma coisa, se não houver uma conscientização coletiva, regras mais rígidas para a expansão urbana, as tragédias vão continuar estampando as capa dos jornais e sendo assunto para os noticiários televisivos.


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