Estresse hídrico pode ser o maior vilão dos canaviais

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Guaíra, 20 de março de 2016 - 09h23

A produção canavieira é a atividade econômica mais antiga do Brasil

No início da década de 70, como consequência da primeira crise do petróleo, o governo lançou o programa “Pro Álcool”. Essa medida teve como objetivo introduzir o etanol na matriz energética brasileira para, enfim, diminuir a dependência em relação a combustíveis fósseis.

A grande e rápida demanda por alimentos e energia tem requerido métodos para identificar as mais apropriadas regiões para uma eficiente produção agrícola. Devido à privilegiada posição geográfica na qual o Brasil se encontra, o país tem liderado a produção de cana-de-açúcar com uma área de colheita que chega a 10 milhões de hectares, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Essa tal demanda tem crescido desde 2000 por conta da introdução de veículos dotados da tecnologia flex no mercado brasileiro. Este marco fez com que houvesse um aumento na demanda por etanol e, consequentemente na produção de cana-de-açúcar. Consequentemente a produção de cana se expandiu para novas áreas dominando grande parte do território agrícola do centro-sul do Brasil.

Segundo dados da CANAPLAN de 2012, a expansão do cultivo canavieiro em ambientes menos favoráveis climaticamente impactou de forma negativa no rendimento agrícola da cana de açúcar tendo uma queda de 21% na produção na região Centro-Sul. Para garantir que a produção supra a demanda, é necessário um bom desempenho final. Para isso, uma boa interação entre o genótipo com as condições climáticas e as boas práticas de manejo é a chave para garantir um bom aproveitamento da lavoura.

Dentre os estresses pelos quais a cultura canavieira pode passar, o déficit hídrico é um dos maiores responsáveis no que diz respeito à impedância do canavial em alcançar altos rendimentos. Este cenário de estresse hídrico fez com que o mercado projetasse estratégias para atingir níveis de rendimento mais adequados, principalmente em regiões em que o fornecimento de água é mais restrito.

Então, caro produtor, o estresse hídrico é responsável por, em média, 70% da variabilidade final da produção. Por esse motivo, a busca por incremento na produtividade agrícola nas regiões secas levam os produtores a buscarem o uso de sistemas de irrigação. Ao procurarem por essas tecnologias, os produtores buscam a viabilidade na instalação, eficiência e principalmente o custo-benefício. Fatores que podem ser facilmente relacionados à irrigação por gotejamento.

Em comparação aos demais sistemas, a irrigação por gotejamento conta com uma eficiência de 95% na aplicação de água. Por mais que se trate de uma tecnologia avançada, a concepção do sistema é tão simples quanto parece: a água direcionada as raízes das plantas levam consigo todos os nutrientes que as plantas precisam para se desenvolverem.

A tecnologia israelense garante uma maior produtividade para a cultura canavieira, pois o sistema leva em consideração todos os fatores da cultura no que diz respeito à irrigação, como o clima, solo, a evapotranspiração, e a fase de desenvolvimento da cana garantindo uma maior precisão na quantidade de água utilizada; nem mais nem menos.

Além disso, o sistema de irrigação por gotejamento permite a técnica de fertirrigação, que consiste em levar nutrientes junto com a água diretamente na raiz da planta. Além dos nutrientes, defensivos agrícolas também podem ser aplicados via sistema sem o risco de contaminação da área e do aplicador.

A produtividade não é substancialmente afetada pelo manejo da cultura, mas principalmente pelo déficit hídrico. Sendo assim, para evitar que a lavoura seja prejudicada com esse tipo de estresse, a escolha pela irrigação por gotejamento é a opção de que mais pode contribuir para uma produção agrícola mais adequada e sustentável, garantindo um bom manejo, o fim do estresse hídrico e uma ótima produtividade. Avante agronegócio, avante Brasil.

Por Daniel Pedroso, Engenheiro Agrônomo e Coordenador Agronômico da Netafim.


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