Fundos de investimento se afastam do agronegócio

Geral
Guaíra, 17 de janeiro de 2016 - 18h09

Sem os fundos, os preços das commodities não terão forças para uma reação no mercado externo

 

Os fundos de investimentos continuam saindo do agronegócio. E eles, por ora, não têm motivos para voltar. A avaliação é de Daniele Siqueira, analista da AgRural, de Curitiba. Sem os fundos, os preços das commodities não terão forças para uma reação no mercado externo.
Essa volta dos fundos ocorreria apenas se houvesse uma quebra muito grande na produção de grãos da América do Sul, região que está com a safra em andamento. Não há motivos para a volta deles tanto pelos chamados fundamentos agrícolas como pelos dados macroeconômicos.
Do lado agrícola, a safra de grãos estadunidense foi grande, elevando os estoques de soja e de milho. Os estoques do país de soja e de milho estão próximos de 12,5% do consumo, um percentual que não traz preocupação.
Do lado macroeconômico, são grandes os motivos para uma aposta na manutenção da elevação dos juros pelo Fed (banco central dos Estados Unidos). Essa alta retira ainda mais os investidores das commodities e os leva para ativos com menor risco e mais rentabilidade.
Em algum momento, os fundos podem até olhar novamente para as commodities neste ano, segundo Siqueira. Isso vai depender do rali climático que os produtores dos Estados Unidos deverão enfrentar nos próximos meses, quando se preparam para a safra 2016/17.
Além desse rali, os fundos vão ficar de olho no término da safra de grãos dos principais produtores da América do Sul. Os estoques mundiais de milho não são tão elevados quanto os da soja. Mas isso não chega a preocupar, uma vez que o cereal não tem a presença constante da China no mercado de importações, segundo Siqueira.

Posição
Os fundos de gestão ativa passaram a maior parte de 2015 com posição líquida negativa (ou seja, vendida). Terminaram o ano com posição equivalente a menos 8,6 milhões de toneladas de soja, a maior posição líquida negativa desde junho. A maior já registrada foi de 14,1 milhões de toneladas, em maio de 2015, segundo Siqueira.
No caso do milho, os fundos terminaram o ano com posição líquida vendida de 17,3 milhões de toneladas, a maior desde maio de 2015. A maior já registrada foi de 22,9 milhões de toneladas, em outubro de 2013.
A relação estoque-consumo de soja nos Estados Unidos é de 12,4% na safra 2015/16, acima dos 4,9% de 2014/15, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA). Já a relação estoque-consumo no mundo é de 26,4%, próxima da de 2014/15, que era de 25,9%.

A relação estoque-consumo de milho nos EUA para a safra 2015/16 é de 13,1%, ante 12,6% na safra 2014/15. A relação mundial é de 21,8%, próxima dos 21,3% de 2014/15, segundo o Usda.

País tem recorde na exportação de frango
O ano passado foi um período de consolidação da posição do Brasil no mercado internacional de carne de frango. O país exportou o recorde de 4,3 milhões de toneladas, manteve a liderança internacional e elevou a participação mundial para 37%.

Ao registrar esse volume embarcado, o setor conseguiu uma alta de 5% em relação a 2014. Os valores em dólares, no entanto, caíram 11% no ano passado, devido à redução média dos preços internacionais do frango.
Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a receita do setor somou US$ 7,2 bilhões. A desvalorização do dólar, porém, fez a receita em reais atingir R$ 23,9 bilhões, 26% mais do que em 2014.

Recuperação

O mercado agrícola se recuperou nesta terça-feira em Chicago. Embora com evoluções pequenas, soja, trigo, milho e farelo de soja fecharam o pregão em alta. O aumento mais representativo foi o do farelo, cuja alta atingiu 0,8%. Em queda Já em Nova York, o mercado registrou tendência de queda, com recuos de 2,7% para o açúcar e de 2,1% para o cacau. O café recuou 0,7%, mas o algodão subiu 0,11%. Folha de S. Paulo


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