A aposentadoria e a prudência

Opinião
Guaíra, 15 de abril de 2017 - 07h43

Na polêmica sobre a reforma da Previdência, uma voz é pouco ouvida: a do jovem que recém ou ainda não ingressou no mercado de trabalho e está fora da categoria contribuinte do INSS, embora talvez seja os mais fortemente atingido, a longo prazo, por qualquer tipo de decisão, saiam ou não as mudanças.

Se aprovadas as alterações, ele terá de planejar uma carreira mais longa para ter direito à aposentadoria. Em caso negativo, poderá até ter o benefício inviabilizado ou prejudicado, a se confirmarem as previsões do colapso do sistema previdenciário brasileiro, no formato em que está. Por exemplo, especialistas lembram que o País está no fim da benéfica janela demográfica (mais trabalhadores ativos do que aposentados) e citam pesquisa do IBGE, segundo a qual em 2030, serão 41,5 milhões de aposentados, ou seja, um em cada cinco brasileiros.

Pesquisa recente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que, entre os 54% contrários à reforma, 63% estão na veemente faixa dos 35 aos 54 anos de idade. Nenhuma surpresa, já que serão uma das primeiras a sofrer os efeitos da reforma, com idade limite em 65 anos e mais anos de contribuição.

Já a geração dos 18 aos 30 anos parece mais bem informada e mais previdente: seis em cada 10 se prepararam para a aposentadoria, seja pagando o INSS de forma autônoma, seja com poupança ou previdência privada.

Que conclusão tirar rápido recorte da polêmica que envolve a chamada reforma-mãe da recuperação da economia?

Na nossa opinião, seja qual for o desfecho – e, como diziam os antigos, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém –, o melhor é os jovens se envolverem no debate e começarem a entender que, daqui para a frente, seria bom rever o comportamento em relação ao dinheiro, visando à formação das reservas necessárias para garantir o futuro que desejam.

Sugestão essa preventiva e válida também para os pais preocupados em melhorar e financiar a preparação dos filhos para o ingresso e/ou o sucesso no mercado de trabalho.


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Luiz Gonzaga Bertelli

Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH).

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