A conta não fecha

Editorial
Guaíra, 6 de julho de 2022 - 15h10

Muito se tem falado sobre coleta seletiva, nos municípios brasileiros, que em meio a toneladas de resíduos que produzimos, 30 % poderiam ser reciclados, e que infelizmente muitos dados e estatísticas apontam que aqui no Brasil reciclamos apenas 3%.

 

Quando cruzamos algumas informações de empresas que tentam atender a acordos setoriais e a lei para recolher um percentual de embalagens que colocam no mercados(logística reversa)   os dados são outros como por exemplo os de 97% de latinhas de alumínio, que são recicladas,  60 % de papelão ou mesmo de 50 % de plástico. 

 

Veja por exemplo o relatório do SINIR (Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão de Resíduos Sólidos), onde a cidade de Guaíra, conseguiu recuperar  40 toneladas de recicláveis com a coleta seletiva no ano de 2019,, e que, apenas 27 % desse total foi reaproveitado, o que nos dá um índice de recuperação de resíduos na ordem de 0,35 %.

 

Acontece que, se  visitarmos qualquer empresa que comercializa estes materiais em nossa cidade, coletados por centenas de catadores e vendidos para as empresas locais (“Sucatas”), veremos que a quantidade de recicláveis são bem maiores do que aquelas que apontam os relatórios oficiais. Pois para se ter uma ideia, apenas uma carga de papelão entres as dezenas que saem todo mês do nosso município pesa em média de 20 a 30 toneladas. Talvez apontando que a realidade do setor de reciclagem ,de cada cidade, seja bem diferente daquela que achamos conhecer. 

 

Para diminuir esse abismo entre o real e  o imaginário, as prefeituras podem contar agora com um sistema online e gratuito, que tudo indica que será um marco na boa gestão de resíduos sólidos nas cidades de São Paulo. Os módulos do sistema Sigor Resíduos de Construção, Manifesto de Transporte de Resíduos(MTR), Reciclagem Interface Prefeitura e Logística Reversa, implantados pela Cetesb em parceria com outras entidades, e que  se constituem  em um verdadeiro arsenal de ferramentas (se forem bem utilizados pelas prefeituras), preenchendo de vez o vazio tecnológico e legal que existia no setor. 

 

Portanto, agora saber  onde e como estamos na real recuperação de resíduos recicláveis se tornou mais fácil e com certeza será importante para  definir onde queremos chegar. É como dizem “para achar boas soluções, precisamos primeiro saber claramente onde estão os problemas”. E reunir informações de catadores , geradores , transportadores e destinadores de resíduos em um só lugar, com certeza trará mais clareza para melhoria de  políticas públicas para o setor. 


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