Estamos entrando – praticamente – no terceiro ano da pandemia sem que houvesse um plano sanitário efetivo para que isso fosse sanado.
Os auxílios emergenciais são – sem sombra de dúvida – uma tábua de salvação, mas uma salvação paliativa contra um inimigo que até agora não se tem, concretamente, a origem.
Ainda hoje cientistas lançam hipóteses, cada vez mais verossímeis, de que este fatídico vírus não veio de macacos, de ratos, morcegos, mas possivelmente de laboratórios muito bem montados e muito bem guardados.
Mas, o mais incrível é que, mesmo a duras penas, o Governo Federal tem tirado dinheiro – sabe se lá de onde – e tem socorrido uma classe média e uma classe pobre que luta, diariamente, para colocar alimentos sobre a mesa.
O interessante , nesta situação, onde há um visível desnível social e financeiro, este mesmo que acabamos de informar, do qual muitos de nós fazemos parte, que o leão diário precisa ser abatido para que haja o alimento da família.
Ao lado desta casta, há outra, bem menor, é verdade, mas que se confirma no Brasil: o número de bilionários e suas riquezas aumentou desde a chegada do coronavírus. Vinte ricaços têm mais riqueza (US$ 121 bilhões) do que 60% da população, o que corresponde a 128 milhões de brasileiros.
Reportagem da BBC News Brasil divulgou exemplos desse abismo: o automóvel Porsche, que chega a custar R$ 1,5 milhão, bateu recorde de vendas em 2020 e 2021. A espera para comprar helicópteros chega a 20 meses, sendo que pode custar até R$ 50 milhões. O mercado imobiliário de luxo cresceu 81% em lançamentos e o investimento financeiro brasileiro no exterior é recorde. Outro dado da matéria aponta que 2% da população responde por 20% de todo o consumo no país, genericamente falando.
Esses artigos de luxo são comprados pelos donos de grandes fortunas que estão na faixa de 0,5% da população, até mesmo nos 0,1% de pessoas que acumulam muita renda e riqueza.
O Relatório da Oxfam traz mais um dado alarmante: se um imposto único de 99% sobre os ganhos obtidos pelos 10 maiores bilionários durante a pandemia poderia pagar vacinas suficientes para a população do mundo. E certamente estas pessoas seguiram sendo bilionários!
Enquanto isso, vamos seguindo, vivendo um dia de cada vez, com a expectativa que nossas autoridades, tanto as daqui, como as de lá, voltem seus olhos e suas canetas em favor de todos e não de poucos.