Bonita, jovem, ultimamente com o hit “Envolver”, Anitta chegou, na última sexta-feira, 25, ao topo da parada global do Spotify, sendo a primeira brasileira a conquistar o posto.
Aos 28 anos, além de ser sua própria empresária, ela tem uma carreira corporativa de dar inveja e ocupa cadeiras importantes em grandes empresas brasileiras: o Nubank e a Ambev.
Como acontece com tudo que chega ao topo, a cantora não é unanimidade: tem dado declarações onde faltam conhecimento e noção sobre o assunto; a coreografia de seus shows também suscitam controvérsias; suas roupas sempre deixando a parte de trás do corpo à mostra; seus trejeitos sensuais, enfim, a cantora está longe de representar – como ela diz – a mulher brasileira empoderada e articulada.
Ela quer passar uma imagem de conhecedora profunda da economia, da política e da sociedade brasileira, mas todas as vezes que envereda por estes caminhos, se perde pela inexperiência e pela irreverência.
Assim as redes sociais, se dividem a respeito de Anitta.
É o caso da deputada distrital Júlia Lucy (União), que criticou a conquista da cantora carioca por meio do Instagram. “Ela, como brasileira, somente está reforçando o velho papel que a mulher brasileira sempre ocupou: papel de mulher gostosa, papel de objeto a ser consumido”, disse a parlamentar em um vídeo.
Em seguida, Lucy demonstrou preocupação com os jovens que têm Anitta como exemplo. “Eu sou uma mulher livre, independente, luto por mulheres, mas não me sinto representada. Na realidade, sinto vergonha. E espero que as meninas não se espelhem no papel da Anitta e se espelham em mulheres que quebram paradigmas e que fogem desse lugar-comum de objeto”, frisou.
Acontece , porém , que o tal “Hit Envolver”, que tem como característica uma dancinha sensual, já ganhou adeptos famosas, que fizeram questão de demonstrar, através de vídeos, a sua performance, que vai ganhando o mundo. Assim vimos as influenciadoras se jogando ao chão e rebolando como se não houvesse amanhã. Entre eles estão o atleta Neymar, Bruna Marquezine e tantos outros que as mãos dos dedos e dos pés – juntos – seriam incapazes de contar.
Enquanto isso, a cantora vai ganhando o mundo, ganhando fama e muito dinheiro.
A nós, simples mortais, cabe a difícil tarefa de separar o joio do trigo e mostrar às nossas crianças que há um mundo sem Anittas, sem Pablos Vittar, sem a falta de voz e de talento que ainda pode e deve ser explorado.