Muitos de nós já ouvimos, pelo menos algumas centenas de vezes, esta frase que mais parece uma chacota, muitas vezes dita em tom de brincadeira. Hoje vemos muitas adjetivações de todos os lados quando o assunto é Saúde, e mais especificamente, na atual conjuntura econômica, quando a pauta gira em torno do nosso único hospital, a Santa Casa.
Há quanto tempo o morador de nossa cidade vem ouvindo um mantra que informa que a nossa Santa Casa passa por dificuldades financeiras e pode encerrar suas atividades a qualquer hora?
Há quanto tempo também ouvimos nossos vereadores usarem a tribuna, os microfones das rádios, usarem o seu tempo dentro da câmara para tratar deste mesmo assunto?
Há quanto tempo ouvimos estas autoridades – que nos representam – clamarem por providências? Há quanto tempo algumas delas estão lá e também não tomaram providência alguma?
Nós mesmos podemos responder: perdemos a noção deste tempo! Mas podemos afiançar que já se vão alguns anos desta novela inacabada, vindo de gestões em gestões, em que se questiona, pergunta-se, bate-sena mesa, altera-se o tom de voz, tudo em favor da nossa Santa Casa. Mudam-se os protagonistas, mas os problemas continuam.
No entanto, é bom que se diga, não ouvimos nenhuma sugestão para sanar esta dificuldade. Coloca-se o dedo na ferida, mas não se move uma palha para se encontrar um meio para estancar o sangue e fechar a ferida. Como tratar um doente sem saber o diagnóstico?
Não vemos os tons de vozes se alterarem e muito menos dizerem em alto e bom som que a Santa Casa está na UTI, e logo em seguida oferecer uma saída para socorrer nosso hospital. Não vemos reuniões das pessoas que têm poder do município sendo agendadas, onde cada membro convidado para esta reunião traga uma solução no bolso para acudir nossa Saúde.
Até parece que é bom deixar a sangria se esvair até as últimas consequências porque assim se tem mais motivos para bater na mesa, alterar a voz e colocar o prefeito contra a parede! Acontece também que alguns desses críticos de plantão já estiveram no poder, já tiveram o poder da caneta na mão e por que não acabaram com a doença?
Não seria a hora de nos unirmos? De questionar sim – por que não? – mas sacar logo em seguida os parâmetros de uma resolução! Criticar somente por criticar nunca levou e nunca levará a nada! Exatamente por isso o título de escárnio,“da volta dos que não foram”, principalmente porque temos que parar de combater as consequências e atuarmos na causa.