Aqui não!

Editorial
Guaíra, 20 de agosto de 2016 - 10h23

O caso de falso sequestro e de falso assalto dos nadadores dos Estados Unidos, inventados para encobrir uma falha maior, a gente entende direitinho! Se lá for como cá, haverá polêmica, muito blá, blá, blá e apenas isso, logo, logo cairá no esquecimento de todos.

Este caso teve muito destaque no noticiário internacional. No começo da semana, quando a história do assalto veio à tona, os jornais americanos publicaram na capa: “Roubados na Olimpíada!”

No “New York Post”, a foto do nadador Ryan Lochte com as mãos para o alto em Copacabana. Mesmo os jornais mais respeitados, como o “The New York Times”, de segunda-feira, traziam o tom de: “Eu já sabia”.

O incidente confirmava as expectativas dos americanos de que o Rio é uma cidade violenta. Mas não tocaram mais no assunto quando as primeiras contradições vieram à tona.

Até que os nadadores foram retirados do avião. Foi pouco antes de a rede NBC entrar com a cobertura da Olimpíada. Era a notícia mais importante. O repórter estava no Aeroporto do Galeão.

Direto do Parque Olímpico, o âncora tentou explicar ao público americano que, para os brasileiros, não se tratava mais apenas de uma investigação criminal, mas de relações públicas. Que se a história fosse mentira, ela precisava ser desmentida. E que se fosse verdade, a polícia brasileira precisava mostrar para o mundo que apura um caso desses até as últimas consequências. Mas nem todo mundo tomou o mesmo cuidado.

Nancy Armour, colunista do jornal “USA Today”, escreveu que era irrelevante se a história era ou não mentira. Que o Rio é, sim, uma cidade violenta, e que a polícia deveria ter algo mais importante para se preocupar. E aconselhou, ironicamente, que os nadadores escapassem pela fronteira com a Argentina.

Na tarde desta quinta-feira (18), a colunista Christinne Brennan, do mesmo “USA Today”, defendeu que Lochte seja banido para sempre do esporte. Tanta polêmica foi a capa da edição digital dos jornais dos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França, Austrália. Todos traziam a história e suas versões.

O Departamento de Estado americano enviou uma nota dizendo que soube do caso pela imprensa e que, como de praxe, vai fazer de tudo para que os nadadores sejam tratados de forma justa de acordo com as leis locais.

Tomara que apurem mesmo! Afinal, nem Guaíra, e muito menos o Brasil, é uma terra de ninguém!


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