Ato falho

Editorial
Guaíra, 15 de março de 2018 - 09h43

Essa semana, a deputada candidata à presidência da República pelo partido comunista, Manuela D’ Ávila, soltou uma nota nas redes sociais que chamou a atenção. Falando sobre o controle de armas, citou a “Alemanha Ocidental” como um dos países listados na sua estatística.

A medicina tem até nome para isso. Ato falho. Temos uma área primitiva cerebral que produz nossos impulsos mais fundamentais. E outra área – o córtex frontal – que é nosso “socializador”: ele que inibe que essas vontades sejam explicitadas. É por isso que você não sai agarrando qualquer pessoa só por achar atraente ou evita bater – ou até matar – alguém quando está com raiva. Quando essa área não funciona como deveria, sai aquele ato que depois te deixa sem graça.

O ato falho da deputada revelou uma parcela da população que tem uma certa dificuldade em acompanhar a velocidade de transformação do mundo. E não é de se assustar ao constatar que que existam tantas assim: hoje a velocidade de transformação do nosso em torno é mil vezes maior que os 200 mil anos que o homo sapiens demorou para se desenvolver. Nossa evolução biológica está a quilômetros-luz de nossa evolução social e tecnológica.

O cérebro da Manuela vive ainda em outra época. É por isso que ainda ouvimos dela e de outras pessoas termos como “Alemanha Ocidental”, comunismo, luta de classes, proletariado, e outros termos do século passado. Para elas, a esquerda ainda é representada pelo comunismo de Karl Marx, enquanto a direita pelo capitalismo de Adam Smith.

E é por isso que ainda ouvimos discursos confusos, rebuscados e de difícil entendimento, que poderiam até fazer algum sentido na década de 60 do século passado, mas hoje se assemelham à Dilma tentando explicar o funcionamento de um computador quântico, em francês.

Há ainda muitas e muitas Manuelas no mundo, que lutam para fazer com que o jovem de calça jeans, que toma tranquilamente sua Coca-Cola em um bar da Alemanha Ocidental saia às ruas para lutar contra a burguesia e implementar uma ditadura do proletariado que possa fazer frente ao capitalismo selvagem.

Haja ato falho.

(Colaboração Dr. Marcelo Lacativa)


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