Neste último final de semana, o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu a senadora Gleisi Hoffmann (PR) como nova presidente da legenda.
A eleição ocorreu durante a convenção nacional da sigla em Brasília. A parlamentar, que era a favorita na disputa, substituirá Rui Falcão. É a primeira vez que o partido tem uma mulher na presidência.
Um partido que levanta a bandeira das diretas, mas que pela primeira vez em 15 anos elegeu um presidente de forma indireta. E a eleita é ré pela Lava Jato.
Gleisi foi indiciada, em 2016, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por pedir e receber, segundo o Ministério Público, R$ 1 milhão desviados do esquema na Petrobras. Além disso, Hoffmann também foi citada por três delatores da Odebrecht. Eles relataram pagamentos feitos a pedido do marido dela, Paulo Bernardo, quando ele era ministro dos governos Dilma e Lula. Os recursos teriam abastecido as suas campanhas para a prefeitura de Curitiba em 2008; para o Senado em 2010; e para o governo do Paraná em 2014.
Na Suprema Corte, ela também responde a outro inquérito. A investigação não faz parte da Lava Jato e apura o envolvimento da senadora em irregularidades em contratos do Ministério do Planejamento com empresa de gestão de empréstimos consignados.
Agora, fica a pergunta: com que moral o PT pode atacar uma eventual eleição indireta pelo congresso, que provavelmente elegerá alguém também réu na Lava Jato, onde praticamente 100% se elegeu através de dinheiro desviado pelo governo em troca de apoio político?
Se alguém tinha alguma dúvida que o PT foi engolido pelo sistema, suas eleições internas de agora dissiparam todas elas. O PT é o Sistema. E o cheiro que exala de lá é insuportável.