Nos meios jornalísticos diz-se que os presos da Lava Jato fazem “delações premiadas”, mas se Palocci falar, acontecerá uma “delação explosiva”.
O ex-ministro Antonio Palocci, detido em Curitiba por conta da Operação da Polícia Federal, já diz que fará uma delação premiada. Maior interlocutor do governo de Lula e Dilma com os empresários, um eventual acordo do petista deve ter potencial explosivo.
O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, nega a possibilidade de que o petista venha a participar de uma delação.
Palocci foi ministro da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil no de Rousseff e foi preso na Lava Jato por ser, supostamente, o “italiano” das planilhas da Odebrecht.
O ex-ministro cumpria prisão temporária em Curitiba e agora foi decretada sua prisão preventiva, que não tem prazo para terminar.
A justificativa dada por Moro para agravar o tipo de prisão de Palocci é que ele teria ordenado a movimentação de computadores de um escritório, antes da Operação Omertá, deflagrada na última segunda-feira (10) pela Polícia Federal. O fato – interpretado como ocultação de prova – teria ocorrido na Projeto Consultoria, ligado ao ex-ministro.
Palocci é investigado por corrupção. Ele teria facilitado a obtenção de contratos para a empreiteira Odebrecht, a maior do Brasil.
“Nem o afastamento de Palocci do ministério preveniu a continuidade delitiva, na medida em que os crimes foram praticados no mundo das sombras, através de transações subreptícias. Isso torna inviável a adoção de medidas cautelares alternativas”, diz despacho do juiz.
As alternativas solicitadas pelos advogados de Palocci eram proibição de sair do país (e da residência, por mais de 30 dias) e apresentação periódicas à Justiça, respondendo processo em liberdade.
O juiz alega que Palocci, se solto, continuaria com poder de suprimir provas do processo e movimentar dinheiro. Moro diz que as provas são de repetição reiterada de crimes de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro.