Não é segredo para nenhum guairense que estamos situados em uma zona geográfica essencialmente agrícola.
Sendo assim, em maior ou menor escala há o uso de agrotóxicos, dos fungicidas, defensivos e afins, nas nossas lavouras, de forma que, para os agricultores e administradores, o descarte correto de embalagens vazias de agrotóxicos não é apenas uma atitude consciente. Trata-se de estar em dia com a Lei 9.974/2000 e Decreto 4.074/2002, que afirma de forma explícita que as embalagens de agroquímicos, após o uso dos produtos, devem ser descartadas no prazo de um ano a partir da data da compra.
Os nossos agricultores não têm dúvidas que devem seguir as especificações, dentro das adequações previstas em lei, ou seja, o primeiro passo é a lavagem das embalagens: é necessário, primeiro, esvaziá-las completamente no tanque do pulverizador. Depois, deve-se adicionar água limpa em até um quarto do volume do frasco, tampar e agitar por 30 segundos. Esta água também deve ser jogada no tanque do pulverizador. Esta ação deve ser repetida a operação três vezes. Há, inclusive, uma recomendação que após esta lavagem que se perfure tais embalagens para impedir o reaproveitamento das mesmas.
Acontece que para se ter um descarte dentro da lei é necessário um local adequado e imperativo ter alguns quesitos exigidos por Lei. Até 2016, em nossa cidade, havia um galpão (aquele mesmo que foi escolhido para ser o receptor dos resíduos de couro irregulares) que hoje passa por reformas, mas não recebe as embalagens. Por incrível que pareça ainda há um restolho de couros por lá infectando o ambiente e exalando cheiro forte. Assim, os nossos agricultores armazenam estas embalagens na sua propriedade esperando para descartá-las em Barretos ou Ituverava, onerando ainda mais o custo de sua produção.
O que não pode acontecer é o proprietário queimar ou descartar sem o devido cuidado, como por exemplo, fazer a lavagem dos recipientes nos rios, porque os danos são sempre irreversíveis.
No entanto, ao que parece, os produtores de nossa cidade estão bem conscientes, tanto que há dados que o Brasil é o líder do descarte correto de embalagens de agroquímicos, dando a correta destinação a 9% deste tipo de material.