Todos estavam apreensivos com o discurso que a nossa presidente faria em Nova York. Mas, o que prevaleceu foi o bom senso de Dona Dilma, que mencionou a crise no Brasil no final do discurso, mas não citou as palavras “impeachment” e “golpe”.
Foi um discurso compatível com a chefe de Estado brasileira. Dilma falou por pouco mais de oito minutos, dos quais a maior parte sobre como o Brasil está combatendo a mudança climática e no final comentou o atual momento do país.
O deputado José Carlos Aleluia e o deputado do deputado Luiz Lauro Filho (PSB-SP) viajaram a Nova York por determinação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para acompanharem o pronunciamento de Dilma. Para Aleluia, a presença deles na ONU “seguramente teve influência” na decisão da presidente de não atacar as instituições brasileiras.
Os dois deputados viajaram de classe executiva para os Estados Unidos e estão recebendo uma diária de US$ 300. A hospedagem no hotel Mariott East Side também é custeada pelos cofres públicos. Em contrapartida, aqui, no Brasil, a Câmara dos Deputados alega falta de recursos para não convocar o lobista Fernando Baiano para depor no pedido de cassação de Cunha.
Alguns acham “estranho” o argumento de falta de recursos para a não convocação de Fernando Baiano. O orçamento é o mesmo e há recursos para enviar parlamentares a Nova York.
Os dois deputados também justificaram a ida a Nova York pela necessidade de apresentar à imprensa estrangeira a versão da oposição sobre o processo de impeachment de Dilma. Aleluia afirmou que o rito obedece à Constituição brasileira e prevê o amplo direito de defesa da presidente. “Se ela mentir, nós refutaremos. Até agora ela não mentiu.” Aleluia disse que concedeu entrevista por telefone ao jornal The New York Times e falou com a CNN em frente à ONU. “As pessoas nos Estados Unidos estão entendendo que o que acontece no Brasil é um processo constitucional.”