EGOÍSMO
Não é de hoje que a Filosofia, em suas mais variadas correntes de pensamento, se debruça sobre “identidade”, “origem” e “destino” como temas cruciais de reflexão, traduzidos no modo de agir ao longo da história das civilizações.
A esse tripé soma-se uma quarta dimensão, antiga e atual ao mesmo tempo: “Até onde ir na relação com o outro?
É cada vez mais frequente ver pessoas manifestarem atitudes egoístas, em detrimento do interesse pelos outros.Todo mundo é capaz de citar alguém no trabalho, na família ou mesmo um conhecido que em linhas gerais,tem as características de um egoísta, que só pensa em si mesmo e nas próprias necessidades e se coloca, na maioria das vezes, em primeiro lugar, desconsiderado os demais.
Pessoas não nascem egoístas. Até os cinco anos de idade, a criança vivencia a fase conhecida como egocentrismo, em que ela é centrada em si mesma, por ainda não ter a noção de que em diversas situações é preciso se colocar no lugar do outro e cabe aos adultos – pais, cuidadores, professores – o importante papel de fazer a mediação entre a criança e o mundo, mostrando através das experiências, que volta e meia é preciso esperar, emprestar, ceder.
Portanto, para aqueles que são obrigados a conviver com pessoas que não receberam a devida atenção quando crianças e se tornaram egoístas,não caia na armadilha combater atitudes egoístas com egoísmo. Não apele para a vingança ou faça planos de dar o troco, pois você estará agindo da mesma maneira e a situação não se resolverá.
Compreender que o início do egoísmo pode estar relacionado com uma falha de segurança emocional, é possível entender que ações reativas a qualquer comportamento egoísta devem ser evitadas, pois só reforçarão o repertório individualista.
Pessoas egoístas, na maioria das vezes, escondem fraquezas e vulnerabilidades e deixam de se sensibilizar com as vontades alheias, em muitos casos sem sequer às perceber, apresentando grandes dificuldades em se doarem e reconhecerem erros. Em geral, elas não se reconhecem como tal e acreditam ser donas da verdade e da razão. Por isso, bater de frente ou confrontá-las é o primeiro erro ao tentar neutralizá-las e/ou passar a conviver melhor com elas.