Festa do Peão
O conceito de comum. Que, na verdade, é como um: o que outro tem de mim e que me identifico; e o que eu tenho do outro e que ele se identifica.
A construção de um padrão de comportamento vem desse jogo de identificação, nessa identificação exitosa. Por exemplo, é assim que se criam opiniões, com as pessoas comungando dos mesmos hábitos.
Uma sociedade comunga de uma cultura em comum e de hábitos e costumes comuns. É importante essa unidade dentro da sociedade para que haja maior coesão solidária entre as pessoas e estas cumpram efetivamente os seus papéis, conferindo à sociedade o papel de organizadora e protetora da vida humana.
Assim a sociedade surge para que a cultura e as normas sociais possam ser estabelecidas como uma espécie de pacto, que funciona como uma barreira ao caos que pode surgir do convívio natural entre indivíduos diferentes, que muitas vezes, têm vontades diferentes. É evidente que as diferenças expostas de forma equilibrada serão sempre bem vindas. Uma das frases mais famosas de Nelson Rodrigues, o grande dramaturgo brasileiro. Se todos concordarem com você, dizia ele, alguma coisa está errada, pois “toda unanimidade é burra”. E ele apenas repete o ditado latino que afirma “cada cabeça, uma sentença”.
A festa do peão de Guaíra deste ano trará de forma mais clara, o ver e sentir a coesão e o conceito de comum , onde centenas de pessoas que comungam e se identificam em torno de uma festa, trazem também o auxílio de outras centenas de pessoas que precisam dela.
Nos últimos dois anos não foi fácil para ninguém, sofremos, ficamos “presos” pelo medo da pandemia entre outras coisas, mas também trouxe outras reflexões que estavam esquecidas, o valor do abraço, do ente querido, do encontro.
Esta festa será diferente das demais, será um encontro da sociedade com ela mesma e acima de tudo de pessoas ajudando outras pessoas, uma corrente do bem que volta com elos mais fortes e mais difíceis de serem rompidos.