“NEROS” E “FARISEUS” DO SÉCULO XXI

Editorial
Guaíra, 26 de agosto de 2022 - 14h18

Nos últimos dias um grupo de empresários recebeu em sua casa a visita da Polícia Federal cumprindo ordens de um ministro da justiça, justificada por conspirar contra a democracia em uma conversa entre amigos em um grupo de Whatsapp. Um deles até perdeu mais uma de suas redes sociais. Recentemente também,  a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça declarou a impossibilidade de utilização de espelhamento de tela do aplicativo WhatsApp como meio probatório em um processo criminal,  o relator ao analisar o feito, entendeu que a prova obtida era inválida, já que tal aplicativo possibilita o envio de novas mensagens e exclusão de mensagens antigas ou recentes, não deixando nenhum vestígio. Além disso, o ministro ponderou que haveria a quebra da cadeia de custódia da prova, o que inviabilizaria totalmente o seu uso processualmente.

 

Um peso e duas medidas onde um grupo de empresários, em uma conversa entre amigos e conhecidos, e sem algum processo estabelecido,são acusados de conspirar contra a pátria, através de um chat, de outro vemos print screen de conversas também do aplicativo WhatsApp serem consideradas nulas e inválidas para o processo. Que país é este?

 

Parece que  estamos vivenciando um remake do império romano, que perseguiu pessoas de bem, principalmente aqueles que levavam uma mensagem de respeito, liberdade, moralidade e principalmente de esperança de uma sociedade mais equilibrada de se conviver. Quem visitar as catacumbas de São Calixto em Roma, poderá sentir e ver um gigantesco cemitério subterrâneo que em 20 quilômetros de extensão e quatro níveis de profundidade abriga milhares de corpos de cristãos mortos entre o século 2 e 4 d.C. Um dos lugares que melhor explicam as complexas relações entre o cristianismo e o paganismo durante os últimos séculos do Império Romano.

 

Talvez não tenha sido o mais correto quando Pôncio Pilatos, também conhecido simplesmente como Pilatos, governador da província romana da Judeia, lavou as mãos depois de um plebiscito improvisado ,onde os fariseus escolheram crucificar Jesus(O’Messias) e libertar Barrabás(O bandido), com certeza, foi mais inteligente do que os atuais “Neros” e “Fariseus”, que de forma prepotente e arrogante, tentam justificar o injustificável usando teorias absurdas da conspiração que extrapolam a racionalidade e o bom senso,talvez achando que a opinião, os valores e sentimentos alicerçados em ensinamentos que já dura mais de dois mil anos, possam se calar. Doce ilusão, pois muitos impérios considerados invencíveis sucumbiram na mesma tentativa. Inclusive mais recentemente alguns “gramscianos” ( Gramsci+Milicianos) tentaram subverter estes valores a uma nova ordem, felizmente sem sucesso.  

 

E aí, vamos lavar as mãos como Pilatos e deixar que “fariseus” determine que tipo  de princípios e valores devemos seguir, ou vamos tomar uma atitude. Lembre-se que a responsabilidade também é sua. 


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