Ainda estamos assustados com os últimos acontecimentos envolvendo – como estamos estampando em nossas páginas – uma cidadã, conhecida na cidade, que foi alvo de violência, entrou em luta corporal com o agressor e foi salva por vizinhos.
O mais impressionante neste episódio é que o suposto agressor é também um vizinho, um conhecido, morador do mesmo bairro. Acontece que dificilmente se enxerga um vizinho como ameaça. É uma situação delicada porque um vizinho é alguém que está sempre por perto, que conhece nossos hábitos e horários e isto significa que se desenvolva aí um sentimento de confiança.
Este caso não foge muito das estatísticas que apontam que uma grande maioria de crimes – principalmente contra crianças, mulheres e adolescentes – são praticados por parentes ou por pessoas conhecidas da vítima.
Um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que depois dos cônjuges e namorados, os vizinhos são os maiores responsáveis pelas agressões da classe feminina.
“Não queremos chegar à conclusão de que a cidade não é segura para a mulher. A casa, também não. As mulheres, não têm um local de segurança”, afirmou uma professora de criminalidade e advogada.
Infelizmente há inúmeros episódios que exemplificam esta prática, esta insegurança.
Só para ilustrar, vem-nos à mente o caso a atriz Daniela Perez, assassinada por um colega de elenco que chegou a ir no seu velório e confortar os familiares.
Como este caso da atriz, há outros tantos que cada um de nós tem na memória e que podemos contar sem medo de errar.
Assim, este caso acontecido em nossa cidade, esperamos que excepcionalmente, serve de alerta para as mulheres! Quantos casos de feminicídios vimos se avultando, dia após dia, sendo mostrando nos noticiários televisivos. Nestes casos, quem eram os agressores? Maridos, namorados, vizinhos, pessoas do rol de amizades das vítimas.
Houve uma época (esperamos que ainda haja essa época) em que os vizinhos eram a extensão da família. Ter vizinhos significava (esperamos que ainda signifique) um porto seguro, uma segurança que podíamos contar para qualquer emergência, desde o suprimento de uma xícara de açúcar para o cafezinho da tarde, até um socorro em que ocorra um caso de maior gravidade.
Não queremos perder a fé e a confiança nos seres humanos que nos cercam, apenas que este infeliz acontecimento aguce um pouco mais nosso sentimento de alerta.