“Quixotes digitais”

Editorial
Guaíra, 8 de abril de 2022 - 13h48

Hoje, a internet, tem sido usada como um palco aberto de provocações,onde  insultos e toda espécie de verborragia que se conhece,  correm soltas, nas redes sociais. Imagine o que é difundido em aplicativos de mensagem como o WhatsApp, presente em 98% dos smartphones brasileiros, e o Telegram. 

 

Elogiar ou mesmo criticar alguma coisa, mesmo com premissas bem  fundamentadas, funciona como um botão de start para milícias digitais no qual o principal objetivo é atropelar, esculachar e desacreditar  o indivíduo, deixando a discussão sobre o argumento totalmente fora do contexto.

 

Normalmente o que se vê são narrativas construídas de formas fantasiosas, por vezes mais fortes do que a luta contra moinhos de vento,  um mito quixotesco, que envolvia a luta de Don Quixote, com seres inanimados que se transformavam em gigantes cruéis, e depois novamente em moinhos de vento. O absurdo não reside somente em ver gigantes onde há trinta ou mais “moinhos de ventos”, mas principalmente em arremeter sozinho contra todos eles, gritando: “Não fujam, criaturas vis e covardes, que um cavaleiro sozinho é quem os ataca”.

 

O importante é perceber que, conforme a conveniência dos nossos “fidalgos digitais”, moinhos podem ser  apenas moinhos ou gigantes cruéis, e esta escolha está condicionada a bolha onde se encontra nosso “cavaleiro solitário” ou mesmo a quem lhe traz vantagens no final do mês, mas  sua verdadeira espada sempre será a fantasia, ou, em termos mais precisos, a ficção, em contraponto a uma realidade que incomoda.

 

Quem assume sua fantasia, quem faz ficção e quem lê ficção, aposta todas as suas fichas na vizinhança do impossível, uma luta inútil, como sabemos. Por isso mesmo, é uma luta que vale toda a pena do mundo para aqueles que o praticam e aos que gostam desse tipo de leitura.


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