Hoje, a internet, tem sido usada como um palco aberto de provocações,onde insultos e toda espécie de verborragia que se conhece, correm soltas, nas redes sociais. Imagine o que é difundido em aplicativos de mensagem como o WhatsApp, presente em 98% dos smartphones brasileiros, e o Telegram.
Elogiar ou mesmo criticar alguma coisa, mesmo com premissas bem fundamentadas, funciona como um botão de start para milícias digitais no qual o principal objetivo é atropelar, esculachar e desacreditar o indivíduo, deixando a discussão sobre o argumento totalmente fora do contexto.
Normalmente o que se vê são narrativas construídas de formas fantasiosas, por vezes mais fortes do que a luta contra moinhos de vento, um mito quixotesco, que envolvia a luta de Don Quixote, com seres inanimados que se transformavam em gigantes cruéis, e depois novamente em moinhos de vento. O absurdo não reside somente em ver gigantes onde há trinta ou mais “moinhos de ventos”, mas principalmente em arremeter sozinho contra todos eles, gritando: “Não fujam, criaturas vis e covardes, que um cavaleiro sozinho é quem os ataca”.
O importante é perceber que, conforme a conveniência dos nossos “fidalgos digitais”, moinhos podem ser apenas moinhos ou gigantes cruéis, e esta escolha está condicionada a bolha onde se encontra nosso “cavaleiro solitário” ou mesmo a quem lhe traz vantagens no final do mês, mas sua verdadeira espada sempre será a fantasia, ou, em termos mais precisos, a ficção, em contraponto a uma realidade que incomoda.
Quem assume sua fantasia, quem faz ficção e quem lê ficção, aposta todas as suas fichas na vizinhança do impossível, uma luta inútil, como sabemos. Por isso mesmo, é uma luta que vale toda a pena do mundo para aqueles que o praticam e aos que gostam desse tipo de leitura.