Dario José dos Santos, o artilheiro Dadá Maravilha, ao ser perguntado sobre a problemática de um assunto qualquer, respondeu “não me venha com a problemática, que eu dou a solucionática”.
Muita gente ri, com ar de superioridade, porque a palavra não está nos grandes dicionários, como se isso eliminasse a fina ironia e inteligência de Dadá. Porém, essa frase de apenas 11 palavras tem mais sabedoria que muito textão de Facebook ou trabalho acadêmico.
Acontece que muitas pessoas passam uma vida inteira abastecendo seu drive mental focado apenas no problema e admiram as dificuldades que ele traz e a cada novo problema a intensidade aumenta um pouquinho. Depois de 10, 20 ou 50 anos fazendo isso, se tornam experts em dificuldades e milhares de problemas relativamente simples passam a não ser enfrentados, pois acreditam com uma certeza absoluta, que não há solução.
A frase “não me venha com a solucionática, que eu dou a problemática”, com certeza é, a frase que mais se aproxima com a maneira de ser desses indivíduos, verdadeiros “engenheiros de obra pronta”, que sabem achar muitos defeitos e não conseguem dar um passo à frente na busca de soluções.
O problema é quando estas mesmas pessoas ocupam cargos estratégicos na administração pública ou privada. Normalmente usam o medo e o terror, como arma, para transformar seus departamentos em um feudo particular de poder. O resultado disso é que, sendo a máquina administrativa uma soma de setores interdependentes, a tendência é que a engrenagem se torne ineficiente, levando todo conjunto a funcionar mal ou mesmo parar.
Um problema relativamente fácil de resolver na iniciativa privada, diferente da administração pública,onde é preciso gastar um pouco mais de energia. Além de pulso firme, o gestor tem que ter clareza e sabedoria para saber, como, quem e quando, deverá substituir aquela “peça” que não funciona bem, para que o resto do mecanismo possa voltar a funcionar como um relógio, e não como um “queijo suíço”.