Uma Paixão sem paixão!

Editorial
Guaíra, 16 de março de 2018 - 08h20

No ano de 1998, na gestão do ex-prefeito Claudio Armani, começou a saga para se fazer a encenação da Paixão de Cristo. Na época, a secretária de Cultura era Katia Lacativa e juntamente com Daniel Penasforte e Mario Penca rumaram para Ribeirão Preto – na Casa de Cultura de Ribeirão – tomaram conhecimento das indumentárias, do trajeto a ser feito, das Estações e das personagens principais que deveriam constar para se fazer a dramatização da história mais contada no mundo.

Este projeto veio de encontro com os anseios de todos os envolvidos. Todos queriam que esta encenação desse certo e que se tornasse uma tradição na cidade.

Como sempre, a prefeitura não dispunha de verbas para que o projeto saísse do papel para a realidade. Nestas alturas Dona Janete Barini entra em cena e de “chapéu na mão” percorreu, com a Secretária, as empresas de tecidos e as Usinas de nossa cidade atrás de patrocínio.

Tudo dependia também do voluntariado! As mulheres da família Penasforte passaram dias e noites – na máquina de costura – confeccionando o figurino. O saudoso Ney Tosta desenhou e confeccionou sua própria roupa; a saudosa Dona Neusa Cabeleireira fez uma peruca para que Mario Penca se tornasse o Cristo e Daniel elaborou o texto e regia todo o arsenal de figurantes, na sua maioria pessoas da terceira idade, enquanto Dário Penasforte tratava da sonoplastia.

Tudo feito com o entusiasmo e com o desejo da perfeição. Como não havia efeitos especiais, a natureza fez a sua parte: choveu e os raios iluminaram a ilha do lago Maracá, onde foi realizada a primeira encenação e a primeira crucificação. Havia tochas de fogo iluminando o caminho do teatro até a ilha. Mesmo com chuva o povo não arredou pé! Os mais sensíveis choravam acompanhando o cortejo.

Passados vinte anos, tudo foi se aperfeiçoando, sempre tendo como pauta a dramatização que nasceu dentro da Casa de Cultura, elaborada por guairenses e protagonizada pelos diretores e artistas guairenses.

Nenhuma empresa, no entanto, por mais documentada que seja, será capaz de transmitir 20 anos de tanta dedicação e de tanto carinho desenvolvidos por este evento tão genuinamente guairense.


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