Até onde você gosta da sua cidade? Geralmente você gosta da sua cidade porque você nasceu nela. Mas a conhece, sente-se parte dela? Ou as pessoas que projetam a tragédia já o influenciaram a tal ponto que você tem certeza de que não há mais solução, que sua cidade é a que tem a pior infraestrutura, a mais violenta, a mais injusta? Estes podem ser alguns questionamentos comuns entre as milhares de cidades que estão espalhadas pelo Brasil. Mas você que nasceu aqui em Guaíra, que tem orgulho de falar desta terra, como está sua percepção sobre ela. O que será que está faltando, ou sobrando por aqui?
Parece que se colocarmos na balança não nos falta quase nada, temos uma boa infraestrutura, saneamento, escolas, recursos, emprego, enfim temos quase tudo que precisamos. Mas porque temos a impressão que está faltando alguma coisa, não é mesmo.
Outras cidades como Joinville, em Santa Catarina, decidiram transformar-se num centro de excelência para dança, o prefeito encampou a ideia de levar uma filial do Balé Bolshoi de Moscou, e a cidade inteira trabalhou para isso. Montreux, na Suíça, por uma iniciativa de Claude Nobis, passou a ser sede de um dos festivais de jazz mais importantes do mundo, e a cidade inteira vive esse momento. Em Guaíra recentemente pudemos saborear esta sensação no “Natal Encantado”, onde o verdadeiro protagonista foi você.
Por muitos anos nos afastamos das decisões e da participação efetiva, do que acontecia ao nosso redor, delegando a terceiros uma tarefa que também é de todos. A zeladoria de uma cidade não é atribuição apenas de agentes públicos, mas um dever de todos nós. Nosso contingente de trabalhadores nunca será suficiente, se não houver nossa corresponsabilidade em todo sistema.
Será que estamos efetivamente contribuindo para elevar o ambiente onde moramos, trabalhamos e criamos nossos filhos, ao patamar que desejamos? Talvez aquela sensação que falta algo, seja isso, um maior carinho e atenção com a coisa pública, que na verdade é de todos. se destrói um equipamento, o prejuízo não da prefeitura, é seu, pois sai do seu bolso, quando um serviço não funciona adequadamente, é você que sofre, pois além de estar pagando por aquilo, não está recebendo o retorno desejável.
Em uma situação em que indivíduos agindo de forma independente e racionalmente de acordo com seus próprios interesses comportam-se em contrariedade aos melhores interesses de uma comunidade, esgotando algum recurso comum, arrastando a todos a famosa “tragédia dos comuns”.
Estamos vivendo novos tempos, estamos despertando de um sono profundo, onde éramos apenas coadjuvantes de uma situação imposta através de vários meios e canais, os velhos problemas exigem novas soluções, e a melhor e mais importante delas sejavocê, e sua participação mais efetiva e comprometida, para virar a página de um livro ultrapassado e escrever uma história melhor para nossos filhos e netos.