“Voto útil” vale a pena?

Pesquisas desenvolvidas por instituições como Datafolha e IBOPE ajudam a construir a decisão do público e são realizadas há décadas

Política
Guaíra, 4 de outubro de 2018 - 11h12

Por Luana Marcelino

 

As eleições estão chegando ao fim, mas durante todo o período eleitoral foram levantas pesquisas de intenções de votos através de vários institutos, entre eles, os tradicionais Datafolha e Ibope, que há décadas desenvolvem um papel fundamental na construção da decisão do público.

Com a grande polarização do atual cenário eleitoral, todos os lados questionam a eficiência e veracidade das pesquisas, cada um puxando para o seu candidato. Por isso, realizamos um levantamento das últimas pesquisas em comparação aos resultados concretizados nas urnas.

ELEIÇÕES HISTÓRICAS

No ano de 1989 segundo o levantamento do Datafolha, o candidato Fernando Collor liderava com 26% e Lula Tinha apenas 14% e estava em terceiro lugar, mas o primeiro turno foi acirrado e teve o segundo , disputado por Collor x Lula, no qual Collor foi eleito com  28% dos votos válidos.

Em 1994 as pesquisas apontavam que Fernando Henrique Cardoso ganharia no primeiro turno com 48%, fato que realmente veio a acontecer, mas com uma pequena margem de erro, pois Cardoso conquistou 54% da aprovação de seus eleitores.

O mesmo ocorreu no ano de 1998, quando Cardoso foi reeleito com 53% dos votos , enquanto os levantamentos dessas instituições marcavam 49%. Fato que não deu muita diferença no resultado final, ultrapassando em apenas 2% a margem de erro, que seria de 47 a 51%.

No ano de 2002 a Datafolha e Ibope mostravam que o possível candidato a ganhar as eleições seria o Luiz Inácio Lula da Silva, com 58% das intenções. Neste ano, Lula foi eleito com 60,8% dos votos, ficando dentro da margem de erro considerada aceitável, que é de 2% para mais ou para menos.

ÚLTIMA ELEIÇÃO

Em 2014, última eleição presidencial, uma pesquisa IBOPE publicada há três dias das eleições, mostrava a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, com 40% das intenções de votos; Marina Silva, do PSB, com 24%,  e Aécio Neves, do PSDB, com 19%. Porém, Dilma obteve 41,59% e Aécio, 33,55%, o que levou o candidato do PSDB ao segundo turno, mesmo tendo aparecido em 3º lugar nas pesquisas.  Em um segundo turno entre Dilma e Aécio, de acordo com a pesquisa, Dilma sairia vencedora com 46% contra 33% para Aécio.

O cenário que se viu foi a ex-presidente Dilma sendo reeleita com 41,59% dos votos, e Aécio perdendo o pleito com 33,55%, não ficando muito distante do que foi apurado pela pesquisa IBOBE.

Por isso, é importante que cada um procure se informar melhor sobre seu candidato e suas propostas, analisando o que considera melhor nos planos de governo, pois realizar o “voto útil” com base em pesquisas, pode não ser o melhor caminho, visto que o eleitor deixa de votar no candidato com o qual tem afinidade para “não perder o voto” e com isso acaba não dando chances àquele que realmente acredita. Mesmo com a boa acertividade das pesquisas, pode haver surpresas como foi o caso de Dilma e Aécio no primeiro turno das últimas eleições.


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