Nelson Motta e Lulu Santos compuseram, há tempos, uma música que fez muito sucesso, que mais parecia uma profecia. Seus primeiros versos dizem:
“Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa, tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito”
Qualquer um de nós vem sentindo esta sensação de que, quando tudo isso passar – e vai passar – nada será mesmo como era antes.
Não é possível que o “Ser Humano” não vai aprender nada com tanta solidão, tantas mortes, tanta insegurança! Não é possível que ele não aprenda – a duras penas – que somente a Solidariedade, o Amor ao próximo e a mudança para o Bons hábitos podem salvar o cotidiano e a rotina.
Algumas dessas pessoas que insistem que podem prever o futuro, sejam cartomantes, numerólogos, sensitivas (para quem acredita é sempre um prato cheio), profetizam que esta pandemia aparece de tempos em tempos para fazer uma “limpeza” no nosso universo e para que o homem reveja os seus conceitos e comece uma nova era com mais sentimentos apropriados voltados para uma boa convivência.
Assim, o luxo exagerado, a busca do corpo perfeito através de cirurgias plásticas, as marcas de roupas caríssimas, os exageros em todos os sentidos, a gastança em coisas, que para alguns parecem ser apenas futilidades, deverão ceder lugar para a simplicidade. As atribulações, o corre-corre das grandes cidades, o trânsito caótico, as jornadas intermináveis de trabalho deverão ser repensadas e dar lugar para o convívio familiar mais amigável e saudável.
Parece utopia pensar que depois de tudo que estamos vivendo, a volta à normalidade não irá sofrer abalos. A própria “normalidade” não será mais a mesma!
Quem em sã consciência vai deixar de agradecer (coisa que nem se lembrava de fazer “antes”) a saúde dos filhos, dos pais, dos amigos, dos mais próximos e até a sua própria saúde? Quem é que não vai se cuidar mais? Estar mais atento aos pais idosos e aos avós velhinhos?
É o outro lado da pandemia aparecendo – bem devagar, é verdade – na vida de todos nós.