Foi muito boa a aprovação da reforma da Previdência na CCJ pela Câmara. Os quatro pontos retirados do texto não são relevantes para a meta de economia do governo.
Na verdade, dois deles nem têm a ver com a reforma. Um foi um jabuti colocado por algum espertalhão para fixar a idade da aposentadoria compulsória em lei ordinária e, assim, anular os efeitos da PEC da Bengala, permitindo ao governo atual nomear mais ministros para o STF.
O outro era sobre do pagamento de FGTS para aposentados – deveria ter feito parte da reforma trabalhista e, colocá-lo agora, foi uma tentativa tardia de remendar um trabalho mal feito na legislatura passada.
Os outros dois pontos suprimidos são tecnicalidades sobre foro de disputas judiciais e direito à proposição de lei complementar sobre o tema.
Na Comissão Especial é que vai acontecer a disputa em torno de pontos relevantes como o pagamento do BPC, idade mínima e regime de capitalização e é assim que tem que ser mesmo.
A reforma será mais legítima se o Congresso modificar os pontos que podem impactar a população mais pobre, como a redução do valor do BPC – e o governo tem que estar preparado para ceder aqui e ali em troca da manutenção do número mágico de R$ 1 trilhão de economia em uma década.
A oposição vem se comportando nessas sessões do mesmo modo que atuou no processo de impeachment da Dilma. Muita gritaria, muito tumulto, muito showzinho e pouco voto.
Para quem ainda tinha dúvidas sobre de que lado ficar em relação à reforma da Previdência, nada melhor do que ter como parâmetro a Gleisi Hoffman – essa infalível bússola política.
Toda vez que ela apontar o Norte, vá para o Sul sem medo de errar.