A proposta apresentada para aprovação da Previdência com ênfase em aposentar homens e mulheres com a mesma idade, é inconstitucional e um descalabro.
Aliás, só de mexer nas regras da aposentadoria já é um absurdo. Assim, as redes sociais se enchem de pessoas revoltadas porque comparam o tempo trabalhado dos trabalhadores comuns com o tempo trabalhado pelos parlamentares. A diferença fica mais gritante quando o assunto se reverte para o salário de um comparado com o salário de outro.
Mas, o que chama também a atenção é a equiparação da idade dos homens e das mulheres em 65 anos para ambos os sexos.
Na nossa página 5, estamos divulgando o pensamento de algumas autoridades que são radicalmente contra esta equiparação.
Não é para menos: a mulher não tem apenas uma jornada de trabalho como o homem tem. Para ela sobram duas, três, quatros, jornadas, que já estão tão cristalizadas na sua vida. Elas não sentem mais a carga excessiva de trabalho. Além disso, as mulheres recebem salários mais baixos e benefícios previdenciários mais modestos. E ocupam postos de menos destaque no mundo do trabalho.
Elas trabalham tanto fora como dentro do lar e isto não é segredo para ninguém. Cuidam da casa, da roupa, dos filhos, dos alimentos, das atividades da escola das crianças, cuidam dos animais domésticos e tudo isso é previsto em Lei, por isso é inconstitucional a equiparação das idades.
Na verdade, não deveria ter idade mínima para aposentar. Hoje, as mulheres podem se aposentar aos 60 anos (cinco a menos que os homens), ou quando completarem 30 anos de contribuição. Não há idade mínima para se aposentar.
Se não fizermos valer a voz das mulheres, esta PEC acaba passando, pois na aposentadoria dos parlamentares, até agora ninguém sequer se manifestou.