A crise mundial de mão de obra está se tornando um pesadelo bem real. Em um mundo onde as empresas estão desesperadas por talentos qualificados, estamos enfrentando o paradoxo de uma geração que, em grande parte, não trabalha nem estuda — a chamada geração “Nem-Nem”. Essa situação é alarmante e exige uma abordagem crítica e assertiva sobre como estamos preparando nossos jovens para o futuro.
Os avanços tecnológicos e as mudanças económicas são frequentemente apontados como culpados. Enquanto alavancamos a inteligência artificial e a automação, o mercado de trabalho se transforma a passos largos, deixando muitos jovens desamparados. No entanto, essa visão negligencia um fator fundamental: a base familiar e educacional que deveria prepará-los para este ambiente volátil falha em prover a resiliência e agilidade necessárias.
Dentro de casa, muitas famílias perdem a oportunidade de formar cidadãos prontos para enfrentar desafios. Há uma tendência inquietante de superproteção ou, em contrapartida, descaso, onde habilidades críticas, como pensamento crítico, gestão do tempo e responsabilidade, não são cultivadas. De modo parecido, as instituições de ensino parecem obsoletas, se atendo a currículos desatualizados que não conectam teoria à realidade atual do mercado de trabalho.
As famílias devem reavaliar seu papel como primeiros educadores. Elas precisam incutir nos jovens não apenas o valor do trabalho e do aprendizado constante, mas também incentivá-los a desenvolver uma mentalidade proativa e flexível. Há uma necessidade premente de fomentar ambientes onde perguntas, criatividade e pragmatismo convivam harmoniosamente.
Se quisermos mudar o curso dessa crise laboral, devemos começar em casa, reavaliando nossos valores e práticas para formar cidadãos completos e preparados. Somente através da coragem para enfrentar essas falhas sistêmicas é que poderemos ver uma geração de jovens se erguer, capacitada para contribuir significativamente para suas comunidades e além. A oportunidade está em não apenas falar, mas agir. E o momento para isso é agora.
