“Utopias são verdades prematuras”

Editorial
Guaíra, 4 de fevereiro de 2022 - 15h48

Dizia Lamartine que “as utopias são verdades prematuras”. Interessante o que acontece quando se apresenta um projeto “fora da caixinha”, principalmente em cidades pequenas do interior. Já dizia Nelson Mandela “tudo parece impossível até que seja feito” e quando isso acontece, somem os críticos, e aparecem pessoas para desfrutar daquilo que um dia foi chamado de utópico, faraônico, megalomaníaco.

Quem não se lembra da rodoviária do Tietê construída por Paulo Maluf na década de 70, e que sofreu severas críticas e passados nem duas décadas já não comportava o fluxo de pessoas, ou daquele que ousou furar um poço artesiano em Olímpia, para fazer uma piscina de água quente com alguns escorregadores, dando o pontapé para que aquela cidade se transformasse em dos maiores polos aquáticos do país . Será que foi muito ousado trazer Burle Marx para projetar nosso maior cartão postal, o Parque Maracá?

Exemplos não faltam de “utópicos” que um dia ousaram em sair da mesmice, e transformaram locais, fundos de vale espaços ociosos, em lugares mais agradáveis para a população. Mas isso exige dessas pessoas um esforço maior, além daqueles entraves burocráticos, verbas, paciência, trabalho e perseverança, eles têm de gastar muita energia para tirar da inércia as pessoas presas em uma espécie de time loop (loop temporal) onde a horas, os dias os meses se repetem.

Ainda tem aqueles que vão perguntar e a saúde, a educação, a segurança, não são prioridade, no gasto do dinheiro público? É óbvio que são, para isso tem verbas específicas, para garantir o básico. O que não impede de se buscar em outras esferas verbas para outros tipos de projeto, como lazer, turismo e etc. Por analogia, pense como seria sua vida se você trabalhasse apenas para suprir sua casa com o básico, sem futebol, sem tomar uma cervejinha com os amigos, sem levar o filho para tomar um sorvete, sem viajar, como seria?

Cidades que usaram e continuam usando seus planos diretores como ferramenta de gestão/planejamento e não como uma mera formalidade legislativa, têm conseguido índices de crescimento satisfatório a curto, médio e longo prazo. Pois sabem onde, como e quando querem chegar, para transformar suas comunidades em lugares com maior qualidade de vida.

Diz um velho ditado que “quando não se sabe onde quer ir, qualquer lugar serve “vale até ficar parado vendo os dias se repetirem e para variar um pouco, criticar aqueles que se recusam a cair na zona de conforto.

 


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