Vivendo e aprendendo

Editorial
Guaíra, 26 de abril de 2016 - 08h01

O ano de 2016 será o ano em que mais aprendemos nas nossas vida. E devemos esta aprendizagem tudo ao Partido dos Trabalhadores.

Aprendemos que há duas formas de corrupção: uma ruim e uma boa, necessária. A ruim é quando se corrompe para benefício próprio. A necessária, que não denota crime, é quando se rouba em nome de uma causa ou por um projeto de poder. A corrupção praticada por Dilma, por exemplo, não foi em causa própria, foi somente para financiar suas campanhas políticas. Então por definição não é crime.

Aprendemos que se nós cometermos um crime já cometido por outra pessoa antes de ocupar a mesma função, então nosso crime deixa de ter validade.

Aprendemos que se cometermos um crime e a pessoa responsável por minha denúncia estiver também sendo denunciada, nosso crime desaparece, como que por encanto. É invalidado imediatamente.

Aprendemos que podemos ser o que quisermos na vida, desde que seja aceito pelo “status quo vigente”. Não podemos escolher por opção própria, por exemplo, ser dona de casa e ter como profissão apenas cuidar dos filhos pois isso é uma apologia à sociedade machista dos anos 20.

Aprendemos que o nosso ponto de vista é sempre o certo, o que permite agredir quem quer que seja com cuspe, chutes ou tapas qualquer pessoa que discordar da nossa opinião, em especial os que nos atacam verbalmente. Afinal palavras machucam mais do que um tiro.

Aprendemos que a ética é relativa. E isso vale para qualquer coisa: democracia, leis, apoios políticos, feminismo… Se nos favorece, então somos a favor. Se pelo contrário vai contra nossos interesses, então somos totalmente contra. Tudo é maleável nessa vida. Podemos ser contra e a favor de qualquer coisa, até ao mesmo tempo.

Aprendemos que debates sempre são em torno de uma ideia só, e sempre a que nós defendemos. Qualquer discurso dissonante do nosso deve ser tachado de crime de ódio.

E se questionar quaisquer destes ensinamentos é melhor (valha-nos Deus!) cuspirmos   logo na cara. Para já mostrar que de democracia, nós entendemos.


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