Teoria das Janelas Quebradas (Motivação)

Opinião
Guaíra, 4 de maio de 2022 - 16h55

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência deixando dois automóveis idênticos abandonados na rua. Um deles no Bronx, uma zona pobre e conflituosa de Nova York, e o outro em Palo Alto, uma região rica e tranquila da Califórnia.

 

O automóvel abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Perdeu as janelas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Enquanto isso, o automóvel abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.

 

Depois de uma semana, os pesquisadores decidiram quebrar a janela do automóvel de Palo Alto e, em pouco tempo, o roubo, a violência e o vandalismo também reduziram aquele veículo ao mesmo estado que o do Bronx.

A pergunta é: Por que o vidro quebrado no automóvel abandonado num bairro seguro, é capaz de disparar todo um processo de vandalismo e depredação igual ao acontecido no Bronx?

 

Resposta: O vidro quebrado num automóvel abandonado transmite a ideia de deterioração, desinteresse e despreocupação, como se não houvesse regras ou normas de convivência, como se alguém dissesse: “aqui vale tudo”. E a cada novo ataque ao automóvel, reafirma-se e multiplica-se essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.

 

Em experiências posteriores, James Q. Wilson e George Kelling desenvolveram a Teoria das Janelas Quebradas, concluindo que os delitos são maiores nas regiões onde o descuido, o desinteresse, a desordem e o maltrato são maiores.

 

Se um vidro se quebra no prédio e ninguém conserta, rapidamente os demais estarão quebrados. Se o carro começa a fazer barulho e não arrumamos, em pouco tempo outros ruídos aparecerão e ninguém se incomodará com isso. Se em casa a lâmpada queima e você não troca, algum tempo depois outros problemas na casa não o incomodarão mais.

 

No trabalho, se você tem alguma coisa pra resolver e não resolve, as “janelas quebradas” vão se acumulando e, depois de um tempo, por serem muitas, já não terá vontade de arrumá-las. Se você evita dar feedback ao seu liderado hoje, essa pequena “janela quebrada” o induzirá a quebrar outra amanhã, e com o tempo isso não fará qualquer diferença para você.

 

A Teoria das Janelas Quebradas está presente em muitas situações, inclusive na vida de pessoas, que “empurram com a barriga” ou deixam de resolver coisas importantes, permitindo que várias “pequenas janelas” sejam constantemente quebradas e, sem perceber, com o passar do tempo, dado o acúmulo de problemas e situações não resolvidas, simplesmente “abandonam” suas próprias vidas, deixando de viver para simplesmente sobreviver.

 

O cuidado com a saúde é um exemplo bem típico. Sentimos alguma coisa diferente, uma pequena “janela quebrada” e, em função da correria do dia a dia, não consertamos. O peso vai aumentando, um novo “barulhinho” aparecendo, e a gente se acostuma com ele. E depois de um tempo, ainda que queiramos, já não conseguiremos “consertar as janelas quebradas”, e recuperar a saúde. E tudo começou com uma pequena “janela quebrada”.

 

Por isso, quero convidá-lo(a) a dedicar alguns minutos do seu tempo, se possível agora, a refletir e anotar as “janelas quebradas” que você precisa consertar. 

 

Relacione-as, faça um plano de ação, estabeleça uma ordem de importância e prioridade para elas, e conserte-as, uma por vez. Logo as coisas voltarão ao lugar que deveriam estar, e isso lhe trará muito mais qualidade de vida, realização e felicidade.

 


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MARCO FABOSSI

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