Não dá para conversar com Serginho Suzuki sem falar de carnaval. Como foi este ano?
O carnaval foi ótimo, tenho facilidade para falar sobre ele porque falo que conheço cada detalhe do carnaval. Acredito que nosso Carnaval tem atingido o ápice. Depois de uma queda, porque teve um ano que não se realizou, agora estamos recuperando essa imagem de novo. Somos conhecidos e muito conceituados na região inteira. Hoje, coloco assim: que o carnaval foi sucesso, porque gera um montante em dinheiro muito grande, tanto na parte de emprego quanto de renda para o município. O município investe em torno de R$ 350.000, mas se funcionar tudo o que gira, acredito que gira em torno de um milhão de reais para a cidade inteira.
Tudo gira em torno de Guaíra?
Normalmente sim, praticamente tudo! Tudo tem que ser licitado! Não tem como fazer contratação direta. Então, quando somos questionados porque a pessoa tem um equipamento ou mesmo produto, não temos como fazer uma contratação direta, temos que fazer a licitação, tudo é licitado.
E o MIT?
Hoje, nós conseguimos o selo do MIT que é o selo de Interesse Turístico e, agora, a prefeitura tem que fomentar os projetos de Turismo, pois são eles que vão viabilizar para recebermos o dinheiro. Até gostaria de explicar isso um pouco melhor, pois as pessoas estão pensando que vamos receber os R$ 650.000. Não é assim que funciona. Estamos qualificados para receber os R$ 650.000, agora, temos que fazer projetos em cima disso para podermos receber este fomento do Turismo. O investimento para o turismo é do poder privado e vou dar um exemplo: Olímpia, que hoje todo mundo fala que é uma cidade turística é porque o Thermas dos Laranjais, que é um uma empresa privada, que traz esse fluxo de pessoas de todo Brasil. Aí, hoje, ela recebe em torno de 4 milhões de reais, investe na infraestrutura da cidade, então eles levam vantagem em cima de Guaíra em relação a isso. Por isso temos que fomentar o turismo e mais investimento final é da iniciativa privada. Nós mesmos vamos fazer os projetos, nós como prefeitura, para receber esse R$ 650 mil.
O cidadão comum pode participar desses projetos?
Estamos abertos à população, inclusive, hoje, não é só a prefeitura, mas também o Conselho de Turismo, que são pessoas da iniciativa privada. Então, são eles que vão decidir em questão do projeto onde vamos direcionar esse dinheiro. Qualquer cidadão pode nos procurar e colocar a sua ideia em prática, deve colocar no papel e com maior prazer podemos ouvir, mas é claro que não é um projeto de qualquer maneira que de repente vai apresentar uma ideia e nós vamos colocar em forma de projeto. Quem vai decidir a viabilidade é o Governo do Estado e tem que ser aprovado pelos técnicos do Turismo, lá do Estado, porque senão o dinheiro não vem, não é tão simples. Tem que ser feito tudo certinho, inclusive, no início de tudo, vamos fazer uma visita em São Paulo, conversar com os técnicos para nos orientar primeiro o que pode e o que não pode ser feito em relação ao projeto, porque senão nós vamos bater cabeça e de repente a gente tá pensando que tá fazendo um projeto lindo maravilhoso e no fim não é aprovado porque não tem viabilidade. Então temos que tomar muito cuidado nisso para começar certo e terminar certo.
E o ganha tempo?
Temos feito de tudo para poder melhorar a qualidade do serviço público à população: um exemplo foi a vinda do “Ganha Tempo”, que unimos tudo em um só local. São vários departamentos da Prefeitura e tem funcionado bem. Temos atendido em torno de 300 pessoas por dia e aí aproveito para pedirmos desculpa porque ainda não conseguimos implantar a emissão do RG. Estamos com dificuldade em relação ao Governo do Estado, precisamos de uma assinatura para autorização, porque não é um serviço Municipal. Estamos já com todo local adequado, todos os equipamentos, mas há dificuldades da assinatura do convênio. Mas é só uma questão de tempo, a gente vai conseguir. Pedimos até desculpa em relação a isso, mas estamos fazendo o possível.
E o DETRAN?
Antes, o Detran estava na delegacia, não tinha condições nenhuma de trabalho, não sei se vocês se lembram. As pessoas reclamavam muito em relação ao atendimento. Hoje, entendemos o funcionário, porque o funcionário não tinha um lugar adequado de trabalho e também o cidadão não tinha lugar de espera. Era tudo apertado. Hoje, no Ganha Tempo tem um espaço bom, um lugar climatizado, então, a Tributação também foi para lá. Realmente foi um ganho muito grande para a cidade. É um projeto que não existe na região, temos que agradecer aos membros do COMTUR que nos ajudaram nessa empreitada e conseguimos o conselho do Turismo. Agora, vamos lutar para mais verbas ao município e para o conforto da população.
Parece que você gosta da ”coisa” pública?
Sim, não é só pela “coisa” pública, gosto de lidar com as pessoas, gosto da prefeitura porque é a oportunidade de se fazer o bem para alguém, não gosto de deixar inimigos, porque a política também é feita de adversários e não inimigos. Guaíra é uma cidade muito pequena para fazermos inimigos.
Como é conviver com o Zé Eduardo?
Bom, gostaria de falar em relação ao prefeito José Eduardo que o tenho até como uma referência. Em relação à política, é uma pessoa muito ponderada, calma, que sabe resolver as coisas com tranquilidade. Hoje, o momento do país exige muito isso da gente, às vezes, me pegava decidindo algumas coisas com muita dificuldade e hoje me inspiro muito no nosso prefeito, porque realmente é uma pessoa que nós temos que admirar e tenho muito a agradecer a ele. Ele dá essa liberdade a executarmos nosso trabalho, claro que sempre na vistoria dele, mas ele dá muita liberdade e isso é muito importante.
Como foi esse resgate do ”Natal na praça”?
Antes de responder, gostaria de te contar uma historinha: cheguei para o prefeito e falei “precisamos mudar o conceito do Natal, porque precisamos de parceiros e não exigência do poder público”. O empresário também tem que ter um retorno porque o interesse deles também está nas vendas, e tudo que a gente fazia anteriormente, como os enfeites da rua, o povo achava que estava feio, porque a prefeitura tinha dificuldade na execução, então, fizemos propostas de parcerias mais adequadas e encontramos tudo isso. Pensei que iríamos trazer muito mais público, pessoas que não viriam na praça normalmente, nem no comércio, mas na verdade, conseguimos atrair muita gente. No final, o comércio comemorou o aumento nas vendas. Acredito que o público que trouxemos para o centro da cidade voltou e voltou também a ter um espírito Natalino, porque não é só a venda, não é só isso, é o nascimento de Cristo, então, acredito que atingimos o objetivo, foi muito, mas muito grande o retorno, ficamos muito felizes em ver aquela praça cheia de gente.
Mudando de assunto, do profissional para o pessoal, fale um pouco da admiração por sua família?
Meu pai é o meu grande ídolo com certeza. É difícil falar de um só Ídolo, mas o meu pai, a mãe também, a esposa… Hoje em dia a agenda está sobrecarregada, corremos porque além da prefeitura tenho meu negócio particular, aí chega no final de semana e trabalho também à noite. Então, temos que agradecer à família por entender, porque às vezes não estamos muito presentes. Se não tiver apoio, a gente já teria abandonado nessas condições. Na semana passada, fui a São Paulo, fiquei dois dias e já tinha viajado na semana anterior. Cheguei em casa, minha filha já estava dando trabalho dizendo: “meu pai tem que parar de viajar, ele viaja muito e não fica em casa, eu quero ficar com ele”. Mas, com relação ao meu pai, ele tem uma história muito grande em relação à política, ele gosta demais.
Você ama essa cidade não é mesmo?
Tudo o que faço por esta cidade é com carinho, é pelos nossos filhos, faço por prazer, por gostar da cidade. Eu mesmo saí daqui, morei em Ribeirão Preto, em Campinas, mas sempre tive na minha cabeça o seguinte: “Aqui é a minha vida”. Não sei o discurso dos jovens de hoje, mas na minha época, os jovens não pensavam em ficar em Guaíra. Achavam que o futuro era fora daqui. Achavam que fora seriam “mais felizes”. Mas, hoje, a qualidade de vida em Guaíra é gritante. A cidade é calma, se pode andar com tranquilidade pelas ruas, conhecemos todo mundo, porque isso é um prazer muito grande, ser amigo de todos, isso não tem preço. Você vai morar em uma cidade grande, numa Metrópole onde conhece, no máximo, seu vizinho da direita e não tem qualidade de vida nenhuma, porque para você ter uma qualidade de vida você não vai ter que se deslocar. Agora, nós aqui, a qualidade de vida está na sua porta, se sair lá fora, já bate um papo com um amigo, vai no barzinho, não precisa nem estar com ninguém, você senta e já encontrou um amigo, o amigo já tá lá, então, isso não tem preço, realmente não tem preço. Eu amo Guaíra e tento, o tempo todo, ser perfeito, porque sou muito focado ou muito tocado e compromissado, não tem como deixar pela metade. Isso é muito importante para nossa cidade. Hoje, é mais difícil, tudo é questão de dinheiro, mas hoje a Cidade de Guaíra já está pronta. Nós só temos que manter o que temos e está ótimo. Temos de tudo aqui. É um prazer morar em Guaíra.