Daiara | Os benefícios da psicologia na vida social e profissional

Daiara de Oliveira Cardoso, casada há dois anos com Danilo e espera seu primeiro bebê para o ano que vem. Filha do Luís Oscar e de Dona Danuse, tem como formação acadêmica a Psicologia e está terminando uma pós-graduação em Psicologia do Trânsito

Entrevistas
Guaíra, 18 de agosto de 2019 - 08h30


Sempre estudou em Guaíra?

Sim, sempre aqui e sempre em escola pública. Sou muito grata aos professores da Escola Mario Lano, Zezinho Portugal, Vicencina e Enoch, onde me formei. Temos ótimas escolas públicas, ótimos professores. Sempre achei a Escola Enoch bonita, grande, tem estrutura boa, enfim, sou imensamente grata a todos eles.

 

Como conheceu seu marido?

Conheci o Danilo na Faculdade. Comecei fazendo ”Farmácia”, na Faculdade de Barretos. Ele estudava lá. Naquela época, ele vendia roupas – era D&D roupas; depois ele começou a vender salgados – era D&D salgados – até chegar na distribuidora de bebidas. Hoje, está muito diversificado, temos, além das bebidas, açougue, padaria, mercearia, tem de tudo, com cerca de 24 funcionários fixos, além dos terceirizados.

 

Hoje, você está mais focada na sua carreira de psicóloga, não é?

Sim, hoje montei uma clínica, que fica na Rua 18, na Fisioclínica, tenho uma sala onde atendo minha clientela que hoje é muito diversificada, atendo adultos, crianças, adolescentes.

 

No começo foi difícil?

Todo começo é difícil em qualquer área. Mas, aos poucos, fui me firmando e não posso reclamar, minha clínica tem sido muito procurada, mesmo ainda não atendendo pela Unimed, nem pelo São Francisco, mas meu objetivo é incluir estes dois planos para melhor acolher as pessoas que necessitam de atendimento.

 

Hoje há um grande foco na saúde mental não é?

Exatamente. Muitas pessoas ainda não dão importância aos sintomas que aparecem. O grande mal da humanidade – hoje – chama-se ”depressão”. E isso me preocupa muito, porque os índices são muito altos, inclusive em adolescentes. Na realidade, infelizmente, as pessoas não ficam atentas a uma mudança de comportamento. Acham que é preguiça ”frescura” falta de interesse. No entanto, estas pessoas estão pedindo ajuda, um socorro.

 

Existe um fator hereditário, de onde surge esta depressão?

É uma doença democrática, não vê sexo, faixa etária ou condição social. A depressão pode atingir qualquer pessoa. É, digamos assim, uma doença atual, o mal do século. As crianças se frustram, entristecem muito rapidamente. E aqui deixo um alerta: Os pais têm papel importante na detecção do comportamento.

 

E tem cura?

Graças a Deus tem cura. Com medicamento, com terapia, com a ajuda de um profissional é possível sair deste estado mental.

 

Por isso ocorrem tantos suicídios?

O suicídio ocorre através de uma forte depressão, de uma insatisfação da vida. A pessoa não entende porque ela vive, porque se levanta, porque tem que trabalhar. A pessoa perde completamente o sentido da vida. Tudo que era prazeroso deixa de dar prazer, então ela se pergunta ”por que existo?”

 

A família, nessa hora, é importante?

Muito importante. É a família que detecta o princípio de tudo. A pessoa deixa de comer, ou come demais, fica letárgica, não quer se arrumar, não quer sair de casa, a autoestima fica nula. Aí, essa fase é notória. Há uma grande tristeza, não tem vontade nem de se levantar da cama, de tomar banho. Isso pode confundir a família, que muitas vezes retarda a procura por profissional. Se a pessoa trabalha, às vezes, até os colegas de serviço não notam, porque ela tenta fingir uma normalidade que não existe.

 

Como detectar no comecinho?

É difícil, mas tem sim, com muita observação. Porque a pessoa apresenta-se com uma tristeza que não passa. Para de fazer o gostava, por exemplo, não joga mais bola, não joga o videogame. Depois de duas semanas, já não é mais normal. É perceptível e é aí que tem que tentar ouvir e não julgar, não rotular. A pessoa quer ajuda, quer falar o que está sentindo, mas ela precisa de espaço. Quando não consegue, tira a própria vida, que é o extremo de tudo.

 

Qual o gatilho da depressão?

Qualquer motivo. Uma perda, principalmente. Pode ser perda do emprego, uma morte, uma separação. Qualquer coisa que a pessoa não consiga lidar e não consiga encontrar uma solução. Mas é bom sempre frisar que tem cura.

 

O que você tem a dizer para os pais sobre a tecnologia como celular, tablete, etc.?

Infelizmente, as crianças são muito intolerantes à insatisfação.  Acontece também que muitos pais estão substituindo a presença com presentes. Os pais que trabalham fora costumam dar presentes até fora de hora. E, assim, a criança exige cada vez mais. Acaba tornando-se natural oferecer ”coisas” no lugar da presença física dos pais. A frustração pode ser um gatilho para a depressão. O afeto e a atenção jamais podem ser substituídos pela tecnologia.

 

Tem como não oferecer os brinquedos tecnológicos?

Quase impossível. Mas a criança mesmo quer limites. Ela precisa de limites. O que estraga é a falta de horário, a falta de rotina, existem crianças que dormem com os tablets, que entram em pânico quando acaba a bateria. Fica assim uma criança nervosa, explode, se esconde. Meu conselho é que haja limites, horários, rotinas. Ela tem que ter hora para tudo. Hoje, as crianças são totalmente digitais, não brincam mais, aos pais cabe fazer esta criança feliz para se tornar um adulto feliz.

 

Agradecimentos

Agradeço a Deus acima de tudo, aos meus pais, que sempre me incentivaram, ao meu marido, que também compactua com os meus planos, me tornando uma pessoa realizada, agradecer à vinda da Isis, nosso bebê, para o mês de Janeiro.



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