No meio dessa semana, fomos agraciados com a notícia de que nosso município “pode” criar leitos provisórios de UTI.

As palavras “podem criar leitos” estão, ainda, atreladas a estudos para viabilizar o fato. Há, segundo as autoridades competentes, uma complexidade de ocorrências que demandam para que se possa concretizar e a intenção virar realidade.

Infelizmente, um ano de pandemia não foi suficiente para que se  elaborasse  um projeto para este fim. Talvez tenha faltado a crença de que fosse possível transformar leitos na nossa Santa Casa em UTIs para acudir a nossa população de forma mais eficaz.

O grande problema é que a doença, como está se apresentando agora, não espera a burocracia viabilizar estes recursos tão prementes na atual conjuntura.

Assim, enquanto ocorrem os “estudos” tão necessários para este projeto, vamos perdendo amigos e parentes para um vírus que até agora é tão desconhecido quanto a sua cura.

Se já havia a esperança da vacina, agora, juntamos mais uma expectativa: que estes equipamentos próprios para  se criar  leitos de UTIs cheguem em tempo hábil para que os Paulinhos, as Betes, os Naoshis e todos os demais amigos – anônimos e queridos – que partiram para a espiritualidade, sejam recebidos pelo nosso Criador enquanto vamos lutando com as poucas armas que dispomos para dar continuidade ao nosso propósito de vida traçado ao nascermos.

O sentimento de tristeza e vulnerabilidade perante a vida e   diante dessa situação  desconhecida (as perdas dos amigos) nos abalou profundamente, de modo que  nos faz trocar, de vez em quando, o tão importante sentimento de Esperança, por um desalento, por um  desânimo, por uma impotência enorme, que não faz muito bem a ninguém, pelo contrário,  só nos faz perceber a nossa pequenez e a nossa fragilidade neste mundo. Que Deus tenha misericórdia de todos nós!