Muita gente postou em suas redes sociais dizendo que a imprensa inventou fake news quando disse que haveria cortes de 30% na educação.
Pois bem, na segunda-feira, o ministro da Educação deu uma entrevista dizendo que cortaria em 30% da verba de 3 universidades públicas, por estarem promovendo ”balbúrdias”.
No mesmo dia, segundo informações da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes) houve o corte de verbas de várias universidades, institutos federais e hospitais universitários. As bolsas do Capes, destinadas a novos alunos de pesquisa, foram cortadas em sua totalidade, assim como bolsas de financiamento pelo Fies.
Neste mesmo dia, Carluxo – o mais novo dos Bolsonaro – postou um tweet desmentindo o ministro, dizendo que os cortes eram por questões técnicas e não por ideologia. Seu irmão Eduardo fez um post também corroborando a informação.
Só que no dia seguinte, em entrevista ao SBT, Bolsonaro, o pai presidente, confirmou os cortes por questão ideológica, contrariando os filhos e justificou dizendo que a ideia era concentrar os gastos em educação básica.
Dois dias depois, na quinta-feira, o ministro da Educação deu nova entrevista, e foi sua vez de desmentir Bolsonaro. Declarou que dos 30 bilhões de reais que o governo declarou que iria cortar, 5,8 bilhões seriam do MEC: 2,6 bilhões das universidades e 2,4 bilhões do ensino básico.
As bordoadas vieram de todos os lados: imprensa, redes sociais, instituições científicas, universidades, congresso e até mesmo aliados próximos. O ministro tentou se explicar dizendo que os cortes eram contingenciamento: seriam cortados agora, mas, se a reforma da previdência fosse aprovada, seria novamente liberados. A declaração soou como chantagem junto aos congressistas e as críticas só aumentaram.
Cercado de todos os lados, o ministro da Educação, então, deu nova entrevista coletiva dizendo que havíamos entendido tudo errado. Não há nenhum corte de 30%, na verdade é um corte de 30% de 12%, o que daria 3,5%. E mesmo assim é um valor que ele está apenas pedindo para que não seja usado agora, que as instituições de ensino tentem usar apenas em setembro. E sem condicionamento à reforma da previdência.
O fato é que fica difícil acompanhar qualquer medida anunciada pelo governo. O mais engraçado é vê-lo correndo atrás das desculpas. Bom mesmo seria se os filhos do presidente e os ministros ”desinformados”, todos eles brincassem de ”vaca amarela”. O Brasil agradece.
Colaboração: Dr. Marcelo Lacativa