O maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima foi protagonista de um dos momentos mais singulares da história das Olimpíadas. Ele liderava a prova da maratona quando, a seis quilômetros da linha de chegada, foi derrubado por um manifestante religioso, que conseguira burlar a segurança. Era difícil imaginar que Vanderlei conseguisse chegar entre os 20 primeiros, mas o atleta se recuperou, voltou à prova e conquistou a medalha de bronze. Sua entrada no Estádio do Panathinaikos, de braços abertos, foi uma das imagens mais marcantes dos Jogos. Após a competição, o atleta recebeu do Comitê Olimpíco a medalha Pierre de Coubertin, em reconhecimento a seu espírito olímpico.

Naquele ano o mundo ficou indignado e o religioso que interceptou Vanderlei não obteve a notoriedade que pretendia.

A bem da verdade, pensávamos que aquele seria o único espetáculo dessa natureza que veríamos em uma Olímpiada. Mas não foi bem assim que aconteceu.

Quase na chegada da maratona feminina, no fim da manhã do último domingo (14), algumas pessoas tentaram invadir a prova e atrapalhar as primeiras colocadas. Atentos, os policiais que faziam a segurança conseguiram impedir a aproximação dos manifestantes, que tinham cartazes nas mãos. A primeira tentativa ocorreu na Avenida Presidente Vargas, antes da chegada ao Sambódromo. O invasor foi contido por motos. Depois, já bem perto da linha de chegada, outro manifestante saiu correndo em direção à líder da prova e foi segurado por um agente da Polícia Rodoviária Federal

Achamos válidas formas pacíficas de protestos. Faz parte da democracia. O que não se pode aceitar são verdadeiros idiotas, que acham que sua “causa” é maior do que a de qualquer um outro. Depois de sofrermos isso na pele com Vanderlei ainda presenciamos isso no Brasil. Quem sabe não são os mesmos que reclamaram quando Vanderlei foi atrapalhado na maratona, e agora fazem exatamente o mesmo?

Cadeia para eles!!!!