Continuando a série Convites, encontros e oportunidades, há mais ou menos 15 anos, um amigo, presidente de uma organização em Cuiabá/MT na época, me convidou para assistir a uma palestra que iria acontecer na empresa administrada por ele. Era sobre padronização de processos.

Eu, profissional de marketing naquela ocasião, era muito ignorante em relação ao assunto. Para mim, padronização era o engessamento organizacional, a retirada da capacidade de pensar, o emburrecimento colaborativo. E esse é um dos grandes problemas da ignorância. A gente acaba por ter certezas sobre aquilo que não conhecemos. Findamos o que ainda nem começou. É a pedra que veda o túmulo do futuro. Além de não saber, para piorar, o ignorante acha que sabe. Suicídio intelectual (e tentei fazê-lo, na ocasião).

O evento aconteceria numa tarde de sexta-feira. Para não dizer não só por dizer, tentei arrumar outros compromissos. Em vão. Assim, acabei indo. Por incrível que pareça, foi um dia Hollywoodianoem minha vida. Em apenas 4 horas tudo se transformou.

Já que eu estava lá, resolvi prestar atenção e me despir de pré-conceitos. Ao ouvi-la, vi que não era nada do que eu pensava. O padrão é concebido pela equipe, ou seja, todo o pensar sobre é feito no processo de organização daquelas tarefas. Mais, com o uso do do ciclo de melhoria contínua, o PDCA (P=plan=planejar; D=do=fazer; C=check=checar, avaliar; A=action=agir corretivamente nos problemas encontrados na avaliação), percebemos a obsolescência daquele padrão.

Interessei-me muito pelo assunto, fiz perguntas, participei. Dias depois, recebi um convite da palestrante para fazer parte de sua equipe de trabalho (realmente parece coisa de filme). Para melhorar, ela ainda me ensinou e me treinou. Portas se abriram e prestei serviços para muitas instituições a partir daí.

Desde então faço o inverso: sempre que recebo um convite, faço esforço para ir, mesmo, a princípio, não podendo. Outros fatos marcantes aconteceram por conta disso. Portanto, hoje, se não quiser que vá, não me convite só por educação. Ao fazê-lo, há grandes chances de eu ir.

Dessa forma, dê atenção aos convites que recebe. Ele abra a porta para um encontro que poderá gerar oportunidades. O não ou o sim a uma oportunidade deve ser dado com conhecimento sobre o assunto. Seja o que Flávio Venturini chama de Alma de Balada: ”hoje eu vou, hoje eu vou, alma de balada é assim”. Pense nisso, se quiser, é claro…