Em um dia – com Temer fora do país – o ministro do Supremo, Lewandoski, já pediu urgência para a votação do reajuste do judiciário.

O ministro Teori arquivou o processo contra Lobão, ex-ministro de Dilma que acabou votando a favor do impeachment. Outros do STF já indicaram que vão voltar atrás no seu voto, permitindo que acusados já julgados culpados em segunda instância sejam soltos. Ou seja, 90% dos presos nas operações da Lava Jato podem ser soltos.

Marco Aurélio liberou mais de 2 bilhões da Odebrecht, que estavam bloqueados pela justiça. E tudo isso apenas em um dia.

A faxina proposta por Temer já foi um grande problema resolvido para o Brasil, decide a (grande) questão da economia, dos respeitos aos contratos firmados e da falta de confiança do investidor internacional e o empresário brasileiro. Mas há ainda muita coisa a fazer.

Ao rasgar a constituição para fazer uma “Gentileza” à agora ex-presidente, Lewandoski e Renan Calheiros abriram uma grande brecha para a boiada de políticos corruptos não perderem seus direitos políticos, mesmo se atingidos pela Lava Jato. Pior que isso, permite que sejam colocados em posições públicas em que não possam ser presos. Da mesma forma que Dilma fez com Lula para salvá-lo da prisão tentando transformá-lo em seu “Primeiro Ministro”.

E o primeiro a ser beneficiado será, ironicamente, Eduardo Cunha. Alguma dúvida de que a “ética” dos apoiadores de Dilma se mobilizará a ponto de transformar o inconstitucional, que se transformou em constitucional, em inconstitucional novamente?

Seria muito pedir que a turma do “Não vai ter golpe” passe a ter um pouco de bom senso e coerência, e deixasse de modificar a realidade de acordo com a pessoa que está sendo julgada? Fizesse logo seu luto pelos seus bichos de estimação já enterrados e partisse para um questionamento crítico da política brasileira de forma apartidária?

Sabemos que isso já seria pedir demais. Mas não custa tentar.