O improviso que custa caro

Editorial
Guaíra, 9 de janeiro de 2022 - 10h27

Planejar e fazer gestão por meio de uma governança comprometida com a eficiência e a eficácia, deve ser, ou pelo menos deveria ser, uma das premissas de qualquer administração pública. E a manutenção é uma importante ferramenta para manter a funcionalidade e a habitabilidade das edificações.

Infelizmente no Brasil prefere-se remediar do que prevenir, e os prédios públicos não são alvos de manutenção preventiva , na maioria das vezes, são objeto de intervenção somente quando sua estrutura apresenta sérios riscos de funcionamento. Essa postura é completamente equivocada, pois, na medida em que a correta manutenção e conservação deixa de ser feita, os efeitos das patologias futuras se acumulam. O que poderia ser um custo irrisório na troca da telha trincada ou desencaixada e na limpeza e/ou uma fixação de telhas, se transforma em um gasto muito maior para municipalidade.

A escassez de recursos financeiros e de mão-de-obra, bem como as barreiras impostas pela burocratização dos processos de aquisição de materiais e contratação de pessoal. Somando-se a isso, os processos licitatórios que sobrepõe o menor preço à qualidade. Fatores estes que tornam o processo de execução das atividades de manutenção lento e de baixa qualidade, provocando assim uma pequena confiabilidade às atividades executadas pelos gestores responsáveis pelos serviços de manutenção e elevada taxa de retrabalho.

É hora de pensar em um Plano ou Programa de Manutenção que garanta a qualidade dos serviços prestados, preservando o patrimônio público e consequentemente, diminuindo gastos desnecessários. Temos que abolir o improviso. É fundamental que a manutenção predial seja encarada como um serviço técnico, cuja responsabilidade e execução exigem capacitação adequada. Tendo em vista que a realização de manutenção sem critérios técnicos pode gerar falhas, danos materiais, físicos e psicológicos aos usuários e terceiros, desvalorização do imóvel e interdições.

Um plano transparente onde  gestores, vereadores e sociedade não tenham dificuldade em acompanhar seu desempenho.


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