A bem da verdade há dois tipos distintos de pessoas que se apresentam diante do coronavírus.

Primeiro há aqueles que estão esperando por uma epidemia: não saem de casa, ficam preocupados com qualquer espirro e passam sem comer, mas não ficam sem álcool gel. Estes sabem que são poucos casos ainda confirmados no Brasil – todos eles longe de nós – mas assim mesmo esperam pela catástrofe. Para eles, a Dengue e a gripe H1N1 não passam de especulações, de fantasias da imprensa e (como já convivemos com estas doenças há tempos) não assustam e nem causam pânico. O que apavora mesmo é o Covid-19.

Há uma segunda leva de brasileiros que não estão “nem aí” para o coronavírus. Seguem a vida na normalidade, estendem as mãos, beijam os rostos dos conhecidos, frequentam os mesmo bares, a mesma turma e ainda fazem sempre uma piadinha nova sobre a possível epidemia. Estes pertencem ao grupo dos imortais, a tal gripe pode até pegar em todo mundo, menos neles!

Em ambos casos, o extremismo é condenável. Nem tudo lá e nem muito cá. Equilíbrio seria a palavra da hora.

Mas, a possibilidade do coronavírus se alastrar já alterou a rotina de muitos brasileiros: viagens foram canceladas, passeios foram deixados para depois, até os joguinhos de cartas com os parceiros está sendo adiado!

Em decorrência disso, novos hábitos estão surgindo: o pessoal está mais caseiro, as crianças estão levando frasquinhos de álcool gel para a escola dentro das mochilas, o cumprimento com dois beijinhos ficou somente no aperto de mão, a tosse agora é no cotovelo, o espirro também é no cotovelo, os corrimões não podem ser tocados e as férias na praia – que acontecia todos os anos – foram adiadas indefinidamente.

O perigo disso tudo é a histeria! Na Ucrânia, um ônibus que vinha da China, cheio de pessoas, foi apedrejado pela população.

Nesta hora, o bom é o velho conselho da mãe: Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.